Cidades

Chikungunya será o pior problema do verão, diz Ministério da Saúde

O governo prepara para lançar no fim deste mês uma campanha de prevenção contra doenças relacionadas ao Aedes aegypti. Pela primeira vez, uma das campanhas será direcionada ao risco da transmissão sexual do zika. Até agora, embora Organização Mundial da Saúde (OMS) já tenha alertado para o risco dessa forma de contágio, as informações destinadas para prevenção do zika se concentravam ao combate do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.

A campanha para prevenção do Aedes aegypti, que será lançada nos próximos dias, terá um tom mais forte, bem diferente das peças já apresentadas. Em vez da ênfase sobre a forma de se evitar criadouros, a campanha quer mostrar o impacto que a picada do mosquito pode trazer para toda a família.

De acordo com técnicos ouvidos pelo Estado, a campanha se assemelha às peças de advertência de trânsito, com tom por muitos considerado chocante.

"Pesquisas demonstram que a população já sabe como evitar os focos do Aedes", disse o ministro nesta quinta-feira, durante uma reunião no Conselho Nacional de Saúde. 

Além das campanhas, conforme o Estado anunciou, o governo deverá divulgar novos protocolos para diagnóstico e tratamento de zika, dengue, chikungunya. O manual deverá trazer informações integradas, para que profissionais consigam de forma rápida diferenciar entre as três infecções e encaminhar o paciente ao tratamento mais adequado. 

Um alerta também será feito a Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde para que elas façam os ajustes necessários para atender pacientes com chikungunya. Isso porque a doença em muitos casos pode se tornar crônica, exigindo um atendimento a longo prazo, com fisioterapia e atenção especializada sobretudo para o alívio da dor.

Há também preocupação com gestantes. A exemplo da zika, o chikungunya pode ser transmitido para o feto, durante a gestação. A diferença com zika, no entanto, é que o maior risco de contágio ocorre nos últimos três meses de gestação. Não há, por enquanto, recomendação para que o parto nesses casos seja cesáreo.

Mas, de acordo com o diretor do departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, é preciso que, nesses casos, a rede esteja preparada para a eventual necessidade de o bebê ser encaminhado para a unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal.

Quadro em Mato Grosso

Conforme balanço divulgado no dia 28 outubro, Mato Grosso apresenta alta incidência das doenças provocadas pelo Aedes aegypti, mas a febre chikungunya por enquanto não apresentou dados acima da média. A ocorrência da dengue está em 822 casos a cada 100mil habitantes; a do vírus zika em 749/100 mil habitantes e da febre chikungunya  em 78/100 mil habitantes.

O número de casos de dengue, confirmados, é de 26.598 mil (aumento de 12% relação ao mesmo período de 2015). Zika são 24.405 mil casos (aumento de 162% do total anual de 2015) e de Febre Chikungunya são 2.558 mil casos (aumento de 687% do total anual do ano passado).

A comissão de investigação de óbitos do programa da dengue vem acompanhando a investigação de 46 casos, sendo 16 notificações de óbitos por dengue (5 confirmados até o momento), 16 de casos graves (6 confirmados) e 14 de dengue com sinais de alarme (9 confirmados). (Com Agência Estado)

Redação

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