Economia

Corte maior do juro depende de ajustes e inflação, diz BC

Foto André Dusek

O Comitê de Política Monetária (Copom) voltou a afirmar que eventual intensificação no movimento de corte do juro dependerá da "evolução favorável de fatores". Na ata da mais recente reunião do Banco Central que reduziu o juro de 14,25% para 14%, os diretores da instituição argumentam que "a convergência da inflação para a meta para 2017 e 2018 é compatível com uma flexibilização moderada e gradual das condições monetárias".

A exemplo do comunicado divulgado na semana passada após o anúncio da redução do juro, o BC voltou a afirmar no documento divulgado nesta manhã que "a magnitude da flexibilização monetária e uma possível intensificação do seu ritmo dependerão de evolução favorável de fatores que permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação no horizonte relevante para a condução da política monetária". Essa avaliação sobre os fatores e a trajetória da inflação é feita para os anos-calendário de 2017 e 2018, cita o texto. 

A análise do BC sobre os fatores é determinada por dois fatores domésticos principais. A ata cita como primeiro fator que "os componentes do IPCA mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica retomem claramente uma trajetória de desinflação em velocidade adequada". O segundo item de análise é que "o ritmo de aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia contribuam para uma dinâmica inflacionária compatível com a convergência da inflação para a meta". 

Diante desse cenário, o BC cita no parágrafo 25 que o comitê "avaliará o ritmo e a magnitude da flexibilização monetária ao longo do tempo, de modo a garantir a convergência da inflação para a meta de 4,5%".

O Copom repetiu elogio ao ritmo de tramitação das reformas estruturais. "Há consenso no Comitê de que a velocidade no processo de apreciação das propostas de ajustes tem excedido as expectativas", citam os membros do comitê no parágrafo 2o do documento. 

Apesar dos elogios à evolução do ajuste – em especial o fiscal – o texto lembra que o caminho para as reformas tem incertezas. "Entretanto, a natureza longa e incerta do processo sugere que há, ao mesmo tempo, risco e oportunidade", menciona o documento. 

O cenário externo continua benigno para as economias emergentes, mas o Banco Central reconhece que há incertezas sobre o processo de ajuste da política monetária nos Estados Unidos.  Com as decisões do Federal Reserve (Fed), a direção do BC concordou "sobre a necessidade de se monitorar o ritmo de normalização da política monetária nos EUA e suas possíveis implicações sobre a economia brasileira". 

Previsões. O Banco Central reduziu ligeiramente a previsão de alta dos preços administrados pelo governo em 2016. De acordo com a ata divulgada pelo BC há pouco, a expectativa de alta neste ano caiu de 6,3% na ata anterior para 6,2% no documento de outubro. 

Para 2017, a expectativa de alta dos preços definidos pelo governo como tarifas de eletricidade, transporte público e combustíveis foi mantida em 5,8%. Para 2018, o BC prevê alta de 5,1% desse conjunto de preços.

No cenário de mercado, que leva em conta as hipóteses de câmbio e juro apuradas pela pesquisa Focus, a expectativa para a inflação fica em 7% em 2016, em 4,9% em 2017 e 4,7% em 2018. Nesse caso, as estimativas para 2017 e 2018 estão acima da meta perseguida pelo BC, de 4,5%. 

No cenário de referência, as previsões para a inflação estão abaixo da meta a partir de 2017. Essas estimativas do BC levam em conta o juro de 14,25% e taxa de câmbio em R$ 3,20 em todo o horizonte das previsões. Com esses parâmetros, a expectativa para o IPCA seguiu em 7% para 2016, 4,3% em 2017 e gira em torno de 3,9% em 2018. Portanto, abaixo da meta em 2017 e 2018. 

Fonte: Estadão

Veja mais 

Fiesp diz que faltou coragem ao BC para corte maior de juros

Na 1ª redução em quatro anos, Copom baixa juros para 14% ao ano

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26