A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) apresentaram aos produtores rurais do município de Juína uma nova proposta do governo do Estado de uma reforma no Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab). O encontro realizado na segunda-feira (16.05) faz parte de uma rodada de discussão que vai percorrer os municípios polo do estado.
Segundo o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini, o objetivo das rodadas é levar informações sobre as propostas de investimentos do governo para o setor produtivo, assim como ouvir o posicionamento dos produtores rurais. O plano traz novas rotas de estradas que têm diferentes escoamentos, de diferentes regiões. Nessa reunião, as propostas foram apresentadas para a região 4, que é a de Juína, para que eles discutam e definam se as obras apresentadas atendem as necessidades do município ou se eles têm outras prioridades.
De acordo com o proposto, as mudanças deverão impulsionar os investimentos na pavimentação de rodovias e na recuperação de vias importantes que escoam a maior safra agrícola do Brasil. Porém, de acordo com a Famato, para a maioria dos produtores rurais de Juína, o Fethab 2 – como foi intitulado – implica elevação de custos.
Pela proposta inicial a ser estabelecida em um prazo de aproximadamente cinco anos, os produtores estariam vinculados à manutenção de estradas. Os agricultores e pecuaristas entendem que essa proposta não deve ser aceita, embora já tenha sido aprovada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Para o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin, quem vai decidir se aceitam ou não a proposta do governo são os produtores rurais. ”A Aprosoja está apenas levando a informação e intermediando as discussões para que não seja aprovada sem o aval do setor. Porque toda vez que se fala em pagar um pouco mais há polêmica. O produtor deve olhar e entender se é benéfico para a região esse novo tributo e essa nova contribuição”.
O produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Juína, José Lino Geraldo Martins Rodrigues, afirmou ser contra a taxação sobre as commodities de soja, algodão e gado. Na avaliação de Rodrigues não é justo cobrar apenas dos produtores rurais. “Não acho justo que somente os produtores paguem a conta. Seria justo aumentar mais dez centavos no valor do combustível e toda a sociedade pagar pelas melhorias nas obras de infraestrutura e logística do estado”, defendeu o produtor.
O prefeito municipal de Juína, Hermes Bergamim, manifestou sua opinião contrária à aprovação do Fethab 2. Segundo Bergamim, o plano do governo para a região de Juína não atende as expectativas do município. “Meu parecer como produtor rural e como prefeito de Juína é contra o Fethab 2. Entendo que o momento em que vive o País não é a hora de aumentar a cobrança do Fethab, sem falar que não vamos ver o que for pago ser revertido para o município. Vamos arrecadar e o valor não vai voltar”, explicou o prefeito.
A primeira reunião da rodada foi realizada no Sindicato Rural de Tangará da Serra. Os produtores da região exigiram reformas profundas nos gastos do governo, da Assembleia Legislativa e Judiciário, assim como a implantação de projetos de desenvolvimento sustentável, alternativas que possam gerar mais emprego e renda, infraestrutura e logística e menos impostos. O assunto também foi discutido em audiências públicas nas cidades de Sapezal, Cáceres e Sorriso. Durante os próximos dias Confresa, Água Boa, Rondonópolis, Primavera do Leste também terão audiências públicas para debater o assunto, assim como a cidade de Alta Floresta, que debaterá o assunto no dia 6 de junho.