O inquérito da operação "Liberdade de Extorsão" que levou à prisão cinco jornalistas e um auditor fiscal da Prefeitura de Cuiabá acusados de extorsão e coação de empresários e políticos, Aserá concluido pela Polícia Judiciária Civil, na segunda-feira (21).
As prisões dos suspeitos, sendo quatro mandados preventivos e dois temporários, foram efetuadas no dia 12 de março, na operação coordenada pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), inserida na operação Carga Máxima, da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Nesta semana, o delegado Anderson Veiga realizou o interrogatório dos presos na operação, e analisa as provas técnicas que comprovam a atuação dos suspeitos, envolvidos na coação e extorsão de pessoas, em especial agentes políticos importantes e empresários com contratos no poder público.
As investigações da Defaz apontam que os suspeitos coagiam as vítimas, que eram obrigadas a pagar quantias vultuosas, entre R$ 100 a 300 mil, para não terem informações divulgadas nos veículos sobre supostas irregularidades em contratos administrativos, corrupção ativa e passiva, entre outras negociatas. O grupo vinha agindo há vários anos e o valor cobrado era variável, dependendo da capacidade econômica de cada vítima.
O delegado informa que ficou constatado que os jornalistas acessavam de dentro das suas empresas, dados sigilosos da base do ISS da Prefeitura Municipal, utilizando login e senha de servidores públicos. Os cinco jornalistas que foram presos são acusados de coação e extorsão. O auditor fiscal Walmir Correa, supostamente, vazava informações sigilosas da Prefeitura para a prática de extorsão.
Após deflagrada a operação, mais quatro vítimas procuram a Defaz para denunciar os jornalistas presos na ação. “As novas vítimas relataram ter sofrido o mesmo tipo de conduta por parte dos suspeitos”, disse o delegado.
Na quinta-feira (17), o prazo da prisão temporária, de cinco dias, do jornalista Antônio Peres Pacheco e do auditor fiscal Walmir Correa foi concluído e os suspeitos liberados. O delegado Anderson Veiga afirma que a possibilidade de outras prisões não é descartada. “O inquérito policial será concluído na segunda-feira, podendo ser pedida outras prisões”.