Petroleiros em greve no terminal de Cabiúnas (Foto: Divulgação / SindipetroNF)
A Petrobras informou nesta terça-feira (3) que a greve de trabalhadores da empresa, coordenada pelas entidades sindicais, afeta as operações da companhia.
Segundo a empresa, na segunda-feira (2) houve queda de produção de 273 mil barris de petróleo, o que corresponde a 13% da produção diária no Brasil. Adicionalmente, 7,3 milhões de metros cúbicos de gás natural deixaram de ser disponibilizados, o que equivale a 14% do gás ofertado diariamente ao mercado brasileiro.
Nesta terça-feira (3), a Petrobras estima que a produção de petróleo no Brasil tenha registrado uma redução de 8,5% em relação à produção diária anterior à greve. Já a queda estimada para a disponibilização de gás é de 13%.
"Com a perda de produção, a arrecadação de tributos recolhidos em favor da União Federal, estados e municípios, como os Royalties e a Participação Especial é diretamente impactada", afirmou a Petrobras em nota.
"A Petrobras está tomando as medidas necessárias para garantir a manutenção de suas atividades, preservando suas instalações e a segurança de seus trabalhadores."
Mais cedo, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT) havia informado que a paralisação de trabalhadores da Petrobras impediu a produção de cerca de 25% do petróleo extraído habitualmente pela companhia entre domingo e segunda-feira (2).
A produção de petróleo da Petrobras em setembro foi de cerca de 2 milhões de barris por dia.
Petrobras e ANP negam desabastecimento
Na nota divulgada nesta terça, a Petrobras "reitera que, apesar do efeito na produção de petróleo e gás no Brasil, resultante do movimento grevista, a distribuição está funcionando dentro da normalidade e não há previsão de desabastecimento do mercado."
Mais cedo, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) havia divulgado nota afirmando que a greve não trouxe riscos de desabastecimento de combustíveis no Brasil até o momento. "A ANP tem como função garantir o abastecimento nacional de combustíveis. No momento, não há risco de desabastecimento. Caso haja, a ANP tomará as medidas cabíveis."
Nesta terça, a greve da Petrobras ajudou a impulsionar os preços inetrnacionais do petróleo. Essa alta puxou um forte avanço das ações da empresa na Bovespa.
Trabalhadores de braços cruzados
A greve foi iniciada na quinta-feira (29) por cinco sindicatos que compõem a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). No domingo (1), uniram-se ao movimento os sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), incluindo o da Bacia de Campos.
Em nota, a FNP informou que, aos poucos, os sindicatos que integram a FUP começaram a aderir, no domingo, ao movimento iniciado pelos sindipetros Litoral Paulista, São José dos Campos, Rio de Janeiro, Alagoas/Sergipe e Pará/Amazonas/Maranhão/Amapá.
A categoria, que pede reajuste salarial de 18%, rejeitou a proposta da Petrobras de reajuste de 8,11%. A paralisação também protesta contra o plano de venda de ativos da estatal e busca manter direitos dos trabalhadores, em meio às dificuldades financeiras da estatal.
Contrária ao plano de desinvestimentos na Petrobras, a FUP reivindica interrupção do processo de terceirização em curso na empresa e a retomada dos investimentos no país. "Os cortes de investimentos, venda de ativos, interrupção de obras e paralisação de projetos impactam o desenvolvimento do país e a soberania nacional", disse.
Fonte: G1