Depois de um início de negócios em alta, o dólar passou a operar com instabilidade nesta sexta-feira (2), e passou a ficar abaixo do patamar de R$ 4, após dados fracos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos alimentarem preocupações com a saúde da maior economia do mundo, o que se somava, no Brasil, às incertezas políticas e econômicas locais.
Às 12h20, a moeda norte-americana era vendida a R$ 3,9654, em baixa de 0,92%.
O mercado avalia os dados sobre o desemprego dos EUA, que ficou estável em setembro, com a criação de 142 mil postos de trabalho. Foi o menor avanço em dois meses em mais de um ano, alimentando temores de que a desaceleração do crescimento econômico global, influenciada pela China, esteja enfraquecendo os EUA.
Veja a cotação do dólar ao longo do dia:
Às 9h05, alta de 0,21%, a R$ 4,011
Às 9h40, queda de 0,31%, a R$ 3,9901
Às 10h20, alta de 0,68%, a R$ 4,0295
Às 10h50, alta de 0,65%, a R$ 4,0285
Às 11h09, alta de 0,86%, a R$ 4,0370
Às 11h39, alta de 0,01%, a R$ 4,0027
"O problema é a economia (dos EUA). Economia fraca é ruim para mercados emergentes", disse à Reuters o economista da 4Cast Pedro Tuesta. "Onde você vai vender seus produtos? E se não conseguir vender, como vai conseguir crescer?"
No entanto, a perspectiva de que a fraqueza econômica nos EUA possa levar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a subir os juros somente em 2016 fazia o dólar recuar contra uma cesta de divisas formada por moedas de países desenvolvidos, mais resistentes à desaceleração da economia dos EUA.
No Brasil, as incertezas políticas e econômicas, em meio a intensos atritos entre o Palácio do Planalto e o Congresso que vêm dificultando o reequilíbrio das contas públicas, corroborava o avanço do dólar. Os investidores também estavam de olho na divulgação da reforma ministerial pela presidente Dilma Rousseff.
"O mercado está muito sensível, não precisa ser uma operação grande para fazer cotação", disse o operador de um banco internacional.
Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,93%, vendido a R$ 4,0024. Na semana, o dólar subiu 0,67% e no ano, acumula alta de 50,54%.
Fonte: G1