Após abrir em leve queda em relação ao real, o dólar passou a operar em alta nesta segunda-feira (14), com investidores adotando cautela antes do esperado anúncio de cortes de gastos pelo governo brasileiro e da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, nesta semana. No entanto, mais tarde, a tendência foi invertida.
Às 13h09, o dólar caía 0,94%, a R$ 3,8405 na venda, após subir 0,69% na sessão passada e encerrar no maior nível desde 2002.
Veja as cotações ao longo do dia:
Às 9h10, recuava 0,48%, a R$ 3,8583.
Às 10h29, recuava 0,06%, a R$ 3,8747.
Às 10h40, subia 0,22%, a R$ 3,8859.
Às 11h19, subia 0,18%, a R$ 3,8842.
Às 11h59, caía 0,28%, a R$ 3,86.
Às 12h29, caía 0,46%, a R$ 3,859.
Na mínima do dia, a moeda dos Estados Unidos chegou a recuar 0,67%, a R$ 3,8512 e, na máxima, foi a R$ 3,8926.
"O principal determinante dos movimentos do câmbio no curtíssimo prazo vai ser a reação do governo à perda do grau de investimento, sob a forma de cortes de gastos", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Corte de gastos
O governo prepara cortes de gastos de cerca de R$ 20 bilhões. Operadores buscavam mais detalhes sobre esses planos, tendo em vista que parte desses cortes deve depender do Congresso em um momento de relações conturbadas entre o Executivo e o Legislativo.
A medida vem após a agência de classificação de risco Standard & Poor's retirar o selo de bom pagador do Brasil, poucos dias depois de o governo enviar ao Congresso proposta orçamentária prevendo inédito déficit primário, que é a economia para pagamento de juros da dívida pública.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Ao todo, a autoridade monetária rolou o equivalente a US$ 4,080 bilhões, ou cerca de 43% do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões. de dólares.
Na operação desta sessão, o BC vendeu 3,5 mil contratos para 1º de dezembro de 2016 e 5,95 mil contratos para 3 de abril de 2017. Até a sessão passada, a autoridade monetária vinha ofertando contratos para 1º de agosto de 2016, substituídos pelos vencimentos em 2017.
Juros nos EUA
A reunião do Fed, na quarta e na quinta-feira, também determinava o humor dos mercado, diante da possibilidade de que promova o primeiro aumento de juros em uma década. Essa perspectiva se tornou mais incerta nas últimas semanas, em meio a intensas turbulências financeiras relacionadas aos sinais de desaceleração da economia chinesa.
Pesquisa da Reuters com economistas mostrou que a ligeira maioria dos consultados esperava que o Fed opte por iniciar o aperto monetário nesta semana.
"Se há incerteza, isso significa que (a alta de juros do Fed) não está no preço. É de se esperar uma reação forte", disse o operador de uma gestora de recursos internacional.
Último pregão
Na sexta-feira, investidores seguiram atentos à crise política e econômica no Brasil após o país perder o grau de investimento, à espera de eventos importantes nos próximos dias, tanto no cenário local quanto no externo. A moeda norte-americana subiu 0,69%, cotada a R$ 3,8771.
Fonte: G1