Taxistas interditaram vias no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (24) pela manhã, em protesto contra o aplicativo Uber, que conecta motoristas autônomos e usuários em busca de transporte. A categoria, que teme perder clientes, questiona a legalidade do serviço alternativo. De acordo com Marcos Bezerra, presidente do Conselho Regional de Taxistas do Rio de Janeiro, às 11h45, cerca de 4 mil taxistas e 3,2 mil táxis participavam do ato.
Os manifestantes partiram, por volta das 6h, em comboio de vários locais da cidade, como Realengo, Gávea, Barra da Tijuca e Irajá, rumo ao Aterro do Flamengo, na Zona Sul. O local é o ponto de encontro para uma carreata que vai até a Prefeitura, na Cidade Nova.
Às 11h, a pista do Aterro no sentido Centro estava totalmente interditada, entre o Monumento de Estácio de Sá e o Monumento aos Pracinhas. As melhores opções são seguir pelos túneis Rebouças ou Santa Bárbara e a Praia do Flamengo.
Na Avenida Atlântica, em Copacabana, também na Zona Sul, um outro grupo de taxistas se deslocava na pista junto à orla.
Há retenções na Avenida Princesa Isabel, Avenida Lauro Sodré, Avenida Venceslau Brás e Avenida Pasteur, também em Copacabana. A melhor opção para fugir do trânsito é seguir pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana.
No Centro do Rio, a Avenida Francisco Bicalho, sentido Cidade Nova, e Avenida Presidente Vargas, sentido Candelária também estavam com retenções. A Via Binário é a melhor opção para quem segue nessa direção. O trânsito é intenso no local, mas sem retenções.
Melhor caminho para o aeroporto
Para quem vai em direção ao Aeroporto Santos Dumont, o Centro de Operações da Prefeitura indica seguir pela Estrada Lagoa-Barra, Avenida Delfim Moreira, Avenida Vieira Souto, Avenida Atlântica, entrar na Rua Figueiredo de Magalhães, seguir pela Rua General Polidoro, Praia de Botafogo, Avenida Ruy Barbosa e Praia do Flamengo.
Para quem segue de Botafogo para o centro do Rio, a melhor opção é seguir pela Praia de Botafogo, Avenida Rui Barbosa, Praia do Flamengo e Avenida Beira-Mar.
Por volta de 7h15, a Avenida Presidente Vargas foi fechada pelos manifestantes no sentido Candelária. Às 7h40, a via já estava liberada.
Como mostrou o G1, o Aeroporto Santos Dumont tinha longas filas de passageiros à espera de ônibus por volta de 11h, devido à paralisação de taxistas.
Um agente da prefeitura que tentava organizar o trânsito durante o protesto discutiu com um grupo de taxistas na Avenida Presidente Vargas, no Centro.
Como pode ser visto nas imagens, o grupo não estava cumprindo o que tinha sido combinado durante a reunião de quinta-feira (23), que era ocupar apenas uma faixa da via.
PM acompanha a manifestação
De acordo com informações do 1° Comando de Policiamento de Área (1° CPA), dez batalhões estão empenhados acompanhando os protestos dos taxistas.
Policiais do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur) e Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) também apoiam o policiamento. Até o momento, a manifestação segue pacífica.
Protesto contra o Uber
De acordo com Marcos Bezerra, presidente do Conselho Regional de Taxistas do Rio de Janeiro, às 11h45, cerca de 4 mil taxistas e 3,2 mil táxis participavam do protesto.
"Vieram 200 táxis de São Paulo, 70 de Belo Horizonte. O protesto é contra o transporte pirata, como é feito em Uber e afins. Não queremos estes piratas trabalhando nas ruas", afirmou o presidente.
Uber contra-ataca
A empresa Uber, que administra o aplicativo, contra-atacou a manifestação de taxistas que causa transtornos no trânsito do Rio nesta sexta.
Os motoristas criticam o aplicativo, ameaçados de perder clientes. Em nota, o Uber informou que seus passageiros terão direito a duas viagens de até R$ 50, entre 7h e 19h, sem pagar nada.
"Sabemos que hoje será um dia complicado para locomoção e para não deixar os cariocas sem opção, hoje, todos poderão utilizar o Uber para qualquer lugar da cidade", divulgou a empresa em nota, acompanhada da hashtag #orionãopara.
O porta-voz do Uber Brasil, Fabio Sabba, disse durante uma entrevista na GloboNews que as pessoas têm que ter o direito de escolher como elas querem transitar pela cidade. Segundo ele, a polarização de táxis contra o Uber não faz sentido.
Sabba ressaltou ainda que o motorista que participa do Uber passa por uma checagem de antecedentes criminais em nível estadual e federal e garantiu que os motoristas não são ilegais.
'Não pretendo regulamentar o Uber', diz secretário de Transportes
O secretário Municipal de Transportes, Rafael Picciani, disse que não vai regulamentar o Uber nem qualquer outro aplicativo de transporte de passageiros, porque o Rio já tem uma frota de táxis – inclusive, com serviço executivo – compatível com a demanda dos usuários. No Rio, foram concedidas 33 mil autonomias a motoristas para trabalhar com táxis, segundo ele.
“Nessa manifestação, mais do que combater a pirataria, o importante é apoiar os taxistas e entender o ponto de vista deles. Não pretendo regulamentar o Uber nem qualquer outro aplicativo de transporte de passageiros. Enquanto a Justiça não se pronunciar sobre essa empresa, a prefeitura não vai aceita-la. Vamos pedir à Justiça que ela proíba esses aplicativos”, disse Picciani.
Fonte: G1