Luis Cláudio Lula da Silva foi mais um dos milhares de brasileiros que sonhavam ser jogador de futebol. Não conseguiu, mas a veia esportiva continuava a pulsar. Formou-se em educação física para fazer parte do meio que tanto sonhou. Agora, o filho caçula do ex-presidente Lula virou o homem forte do futebol americano no Brasil ao organizar uma Liga com 16 times, que terá início no próximo final de semana. A reação do pai não foi das mais positivas no começo. "Você está louco", questionou.
Mas nada que o intimidasse. Luis Cláudio tem experiência no futebol em grandes clubes. Foi auxiliar-técnico nas categorias de base do São Paulo e depois trabalhou com Luxemburgo em 2008 no Palmeiras, ano em que o clube foi campeão paulista. Seguiu para o Santos com o treinador e posteriormente integrou a comissão de Mano Menezes, no Corinthians.
Nesse período, viu Lucas crescer no São Paulo, acompanhou a ascensão de Neymar e Ganso no Santos, a melhor fase de Valdivia no Palmeiras e o Corinthians com Ronaldo e Roberto Carlos. Uma experiência e tanto, mas que ficou para trás, sem muitas saudades. "A gestão do futebol é muito ruim. Desde dos times até as confederações", opina.
Anteriormente, até os 18 anos, era mais um dos que sonhavam ser jogador de futebol, mas admite que faltava qualidade técnica. Em seu Twitter, diz ter habilidade em jogar bocha e ser bom em tranca e dominó. Além disso, se define como um autêntico mão de vaca. "Eu vou ser bem sincero, eu não gasto dinheiro comigo. Eu não gosto de gastar dinheiro, não gosto mesmo", insiste.
A investida, agora, é outra. Junto com um sócio, já falecido, montou a Touchdown, empresa de captação de patrocínios para o o futebol americano. O campeonato começa no próximo domingo, dia em que Vasco da Gama Patriotas e Botafogo Reptiles se enfrentam, no estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador. O filho do ex-presidente sabe que investidas têm riscos. Mas não se intimida e ressalta que a maneira positiva de encarar os desafios sempre o tiraram da rota do fracasso.
"Na minha vida eu nunca fracassei. Tudo o que eu quis, sempre conquistei. A pessoa que fica pensando no fracasso não vai pra frente. Então eu vejo sucesso, eu vejo no esporte um potencial muito grande. É desgastante trabalhar? É. Mas qual trabalho não é?", pergunta.
Luis Cláudio explica que ser filho de Lula abre portas, mas também fecha. "Tem gente que fecha a porta porque não é bem visto patrocinar o filho de um político. Cara, você não está patrocinando o filho do político, você está patrocinando um campeonato, uma coisa que funciona, que existe, que está crescendo. Mas são dificuldades que qualquer pessoa teria. Se estão fechando a porta por isso, fechariam para outras pessoas, por outros motivos. Não tem chororô".
E o futebol americano, até onde chega? "Ele tem mais uns cinco anos para ficar bem. Os EUA estão focados no Brasil. Eles sabem que tem potencial. É uma questão de tempo. Uns cinco anos", diz.
Boatos
O empresário sabe que por ser filho de quem é, está sujeito a algumas intempéries. Luis Claudio foi vítima de um boato que circula na Internet desde 2010. A história gira em torno de uma confusão no Cirque de Soleil. Segundo a narrativa, ele, acompanhado por duas mulheres, teria se sentado em um lugar que não seria o seu e se envolveu em uma discussão com funcionários do local. Em uma das versões, sugere-se até que teria havido agressão.
"Eu fui acusado de ter agredido senhoras. Realmente é uma coisa que mexe no seu psicológico. Você faz tudo direito, tenta ser a melhor pessoa possível e aí pessoas de má índole vão lá soltam isso na Internet. Mas com o tempo você leva numa boa, vai fazer o quê? É brigar e sofrer contra o inimigo invisível. Então o que faz? Toca sua vida e mostra para as pessoas que você não é desse jeito", afirma. "O meu irmão hoje lida melhor também", conta. Nesse caso, Fábio Luis, o filho mais mais velho de Lula, aparece na Internet como dono da marca Friboi.
Fonte: UOL