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Dupla de treinadores é presa acusada de abuso sexual de menores

Dois treinadores de futebol foram presos no último sábado, em Cuiabá, acusados de terem abusado sexualmente de dezenas de meninos com idades entre 12 e 17 anos, que mantinham o sonho de se tornarem grandes astros do esporte.

Os suspeitos: Júlio César Patini, 52 anos; e Gesiel Gomes, 34 anos, conhecido por "Dedy, comandavam escolinhas de futebol na capital, atuando nos bairros Residencial Coxipó, Itapajé e Coophema.  

Os dois tiveram mandados de prisão temporária (30 dias) cumpridos pela Polícia Judiciária Civil. A ação integra a operação de repressão a violência sexual contra crianças e adolescentes, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual, 18 de Maio.  

A Polícia Civil estima que mais de 50 adolescentes foram aliciados sexualmente, em troca de presentes, dinheiro ou promessa de um futuro próspero no mundo futebolístico, pois as duas escolas mantinham contato com mais de 200 alunos.  

As investigações da Polícia Civil iniciaram em 2013, com denúncia de exploração sexual de crianças e adolescentes, que frequentavam os treinos de futebol. Segundo o delegado da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), Eduardo Botelho, ambos são técnicos de futebol e cada um possui seu próprio estabelecimento, sendo que Júlio César Patini mantinha sua escolinha no bairro Residencial Coxipó e também treinava meninos do bairro Cooplema e Geziel Gomes, tinha uma escolinha no bairro Itapajé.  

"Os dois possuíam contato diário com diversas crianças e adolescentes em razão da atividade por ambos empreendida, restando evidenciado que eles se aproveitavam da relação de proximidade com certas vítimas para constrangê-las à prática de atos libidinosos diversos mediante o fornecimento de certos 'presentes' ou ainda sob falsas promessas de encaminhamento para grandes clubes de futebol localizados no Estado de São Paulo", explicou o delegado.  

Ação da dupla

Gesiel Gomes foi aluno de César Patini e se tornaram parceiros na exploração sexual e abusos dos menores. A primeira denúncia foi feita pela mãe de um adolescente contra Júlio César Patinhi. A vítima foi submetida à realização de estudo psicossocial pela equipe multidisciplinar da Deddica, que na ocasião confessou ter sido molestado pelo professor. No entanto, em 20 de março 2015, a vítima foi a óbito durante uma ocorrência de roubo praticada na casa de um policial.  

Outros três adolescentes, todos menores de 14, à época dos abusos, foram localizadas e confirmaram que foram vítimas de abusos sexuais perpetrados por Júlio Cesar Patini ou Gesiel Gomes, o “Dedy”, em troca de presentes, dinheiro, e se tornarem famosoa no mundo do futebol.  

Os menores contaram que após os treinos, Patini promovia churrasco em sua casa, no bairro Vista Alegre, onde também matinha uma loja de fachada de artigos esportivos. O suspeito oferecia camisetas de time as vítimas e troca de favores sexuais.  

O delegado informou que a prisão foi antecipada, em razão da suspeita de que os dois agressores se preparavam para fugir de Cuiabá. "A prisão é de 30 dias e nesse intervalo serão empreendidas diligências visando a identificação da totalidade de vítimas de abuso sexual por parte dos suspeitos, número este que deve aumentar demasiadamente, visto que ambos possuem mais de 200 alunos nesta cidade", finalizou o delegado.  

Os presos estão recolhidos no Centro de Ressocialização de Cuiabá e responderão por crimes de estupro e exploração sexual. "Além de manter a relação sexual pura e gratuitamente, eles também mantinham a relação em troca de presentes, como chuteiras e camisas", disse o delegado Eduardo Botelho.  

Com assessoria

Redação

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