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OAS pede recuperação judicial e põe estádio da Copa à venda

Investigado por suposto envolvimento em corrupção pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, o Grupo OAS apresentou nesta terça-feira (31), à Justiça de São Paulo, pedido de recuperação judicial de nove de suas empresas, segundo comunicado divulgado pela própria companhia. 
O pedido inclui a Construtora OAS, OAS S.A., OAS Imóveis S.A., SPE Gestão e Exploração de Arenas Multiuso, OAS Empreendimentos S.A., OAS Infraestrutura S.A., OAS Investments Ltd., OAS Investments GmbH e OAS Finance Ltd.

"A iniciativa foi o melhor caminho encontrado pelo Grupo para renegociar suas dívidas com credores e fornecedores diante da intensa restrição de crédito verificada desde o final do ano passado. A OAS decidiu também que concentrará esforços naquilo que é sua principal vocação, a construção pesada", diz o grupo em nota.

No comunicado, Diego Barreto, diretor de Desenvolvimento Corporativo da Construtora OAS, afirma que a construtora entrou com pedido de recuperação não por falta de liquidez, mas por questões técnicas, uma vez que é garantidora dos financiamentos do grupo.

A empresa diz que suas dificuldades começaram em novembro, a partir das investigações sobre corrupção na Petrobras, "o que resultou na interrupção das linhas de crédito". "Ao mesmo tempo, clientes suspenderam momentaneamente seus pagamentos e novas contratações. Como consequência, as agências de rating rebaixaram a nota da OAS, o que levou ao vencimento antecipado de suas dívidas".

Em janeiro, as agências de avaliação de risco Fitch, Standard & Poor's e Moody's reduziram a nota de crédito da empresa após o não-pagamento de juros de dívidas.

Com o agravamento de sua situação, a OAS decidiu, ao final de 2014, suspender
temporariamente o pagamento das dívidas que venceriam a partir de janeiro.

Venda de ativos
Junto com o pedido de recuperação judicial, a OAS também informou que vai colocar à venda suas participações na Invepar (24,44% do negócio), a fatia no Estaleiro Enseada (17,5%), na OAS Empreendimentos (80%), na OAS Soluções Ambientais (100%), na OAS Óleo e Gás (61%) e na OAS Defesa (100%), além da Arena Fonte Nova (50%) e da Arena das Dunas (100%).

Segundo a empresa, após o deferimento do pedido de recuperação pela Justiça, o grupo terá 60 dias para apresentar o plano de reestruturação das dívidas aos credores e fornecedores,que terão mais 120 dias para discutir e aprovar a proposta.

"As dívidas contraídas até a data de hoje (31 de março) serão congeladas e renegociadas. Todas as que forem feitas a partir do mês de abril serão integralmente cumpridas. Pagamentos de salários e benefícios de colaboradores não serão afetados pelo processo de Recuperação Judicial. De forma direta ou indireta, são mais de 100 mil colaboradores envolvidos", afirma o texto.

Envolvimento na Lava Jato
Quatro executivos da OAS foram presos por conta da Lava Jato: o presidente da empresa, José Adelmário Pinheiro Filho; o vice-presidente do Conselho de Administração Mateus Coutinho de Sá Oliveira; o diretor Agenor Franklin Magalhães Medeiros e o funcionário José Ricardo Nogueira Breghirolli.
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal negou um pedido de liberdade apresentado pelos quatro executivos.

A OAS teve o nome relacionado à Operação Lava Jato em novembro de 2014, quando a Polícia Federal deflagrou a sétima fase da investigação. 

Galvão Engenharia
No dia 25 de março, outra empresa investigadas pela Lava Jato, a Galvão Engenharia, informou que entrou com pedido de recuperação judicial. Segundo comunicado divulgado pela empresa, a decisão é resultado de sua “atual condição financeira”, “agravada pela inadimplência de alguns de seus principais clientes, dentre eles a Petrobras. A companhia estatal não honrou pagamentos de serviços adicionais executados, por ela solicitados e atestados”.

Fonte: G1

Redação

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