A comunidade científica está apreensiva nesta quarta-feira (18) pela aprovação ou não do Projeto de Decreto Legislativo de Acordos, tratados ou atos internacionais (PDC) 1287/2013, que trata do acordo entre Brasil e União Europeia para realizar estudos astronômicos no Hesmifério Austral e que volta esta tarde à pauta da Câmara Federal após ter sido retirado de pauta pelo deputado federal de Mato Grosso, Fábio Garcia (PSB), no fim de janeiro deste ano, mas que, após avaliação e conversa com a comunidade científica, decidiu devolvê-lo à pauta no início deste mês.
O acordo permite ao Brasil acesso a mais abrangente e produtiva organização astronômica do planeta, formada por 14 países membros da União Europeia e o País pode ser o 15º membro e conseguir avanços importantes com a participação para todo o povo brasileiro.
Embora a entrada no ESO custe ao país R$ 800 milhões e o deputado tenha alegado que o povo precisa ter investimento em Saúde, Educação e Segurança Pública e que, com cortes lineares que o Governo Federal fez em várias áreas estas devem ser priorizadas em detrimento deste projeto cujos recursos o país não tem ‘de onde tirar’. Vale salientar que o valor é R$ 200 milhões menor do que o que se pretende investir na reforma da Câmara, que será de R$ 1 bilhão e que o presidente Eduardo Cunha alegou que vai pedir ajuda de empresários para concluir a obra mas se não conseguir que tem dinheiro em caixa para fazê-lo.
O diretor do Planetário Via-Láctea de Cuiabá, Carlos Wagner Ribeiro, foi um dos que se levantaram contra o absurdo de o Brasil não participar de um programa como este e entregou em 12 de fevereiro, juntamente com o advogado Alexsander Godoy, a Garcia, documento redigido por mais de mil astrônomos, planetaristas e pesquisadores brasileiros com subsídios mais do que suficientes para que ele pudesse se convencer em recolocar em pauta Projeto. Desde então a mídia mato-grossense tem dado atenção ao assunto bem como a nacional como a que mais repercutiu a do jornal Folha de S. Paulo.
Ribeiro salientou que se o Brasil perder esse trem para as estrelas, ou seja, essa oportunidade, já existe fila de espera para fazer parte do ESO como Rússia e até a Índia, país bem mais pobre do que o Brasil, só estão esperando nossa desistência para lançar suas candidaturas.
Assessoria Planetário Via-Láctea de Cuiabá
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