Uma adolescente de 17 anos morreu na segunda-feira (2) no Hospital Municipal de Itumbiara, no sul de Goiás, após complicações de uma crise epilética. A família de Carolyne Alves da Silva está revoltada porque acredita que ela poderia ter sido salva se tivesse sido transferida a um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A garota deixa uma filha de três meses, que deverá ser criada pela avó materna.
Os familiares contam que, na quinta-feira (26), ao sofrer a crise, Carolyne caiu de uma escada. “Depois ela deu entrada no hospital dando convulsão. Logo ela foi induzida ao coma”, afirma a tia Marineusa Rodrigues da Silva. De acordo com a família, a jovem já tinha passado mal em uma crise semelhante há cerca de dois anos, mas na ocasião nenhuma doença foi diagnosticada.
Segundo o diretor clínico do hospital, Hernani Oliveira Rodrigues, o quadro da garota foi considerado grave e a unidade solicitou uma das dez vagas de UTI que a rede municipal tem em convênio com um hospital particular da cidade, mas todas estavam ocupadas. Por isso, o hospital municipal também fez a solicitação de transferência à rede pública em Goiânia.
“Foi solicitada de imediato pelo neurologista, a gente estava aguardando essa vaga em Goiânia e não foi possível transferi-la”, afirma Hernani. Ele explica que, na espera, o estado de saúde da adolescente se agravou ainda mais. “A paciente piorou, teve uma evolução desfavorável com alteração do quadro hemodinâmico e infelizmente ela veio a óbito no hospital”.
A falta de vagas em UTI revoltou os familiares. “Procurar um leito para uma pessoa e não conseguir é muito difícil para os familiares, não é fácil a gente saber que tem um ente da gente precisando e não conseguir um leito”, desabafa a tia de Carolyne.
Procurado pela reportagem, o secretário de Saúde de Itumbiara, Adriano Martins Lopes, não atendeu as ligações. Já a Secretaria de Saúde de Goiânia afirmou que não tem convênio com Itumbiara para a concessão de vagas em UTI neurológica e que a responsabilidade no caso seria da Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia.
O órgão de Aparecida alega que não tem pactuação com Itumbiara e que a responsabilidade é da secretaria em Goiânia que cuida da regulação e, quando necessário, solicita vagas para o município na Região Metropolitana.
Fonte: G1