A febre chikungunya foi registrada no Brasil pela primeira vez em setembro deste ano. De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde (do dia 15 de novembro), haviam sido identificados 1.364 casos no país, sendo 71 importados e 1.293 diagnosticados em pessoas sem registro de viagem internacional para locais onde há transmissão.
A doença, causada por um vírus do gênero Alphavirus, é transmitida sobretudo pelo Aedes aegypti, transmissor da dengue, e pelo Aedes albopictus. Os sintomas incluem febre alta, dor muscular, nas articulações e na cabeça, além de manchas vermelhas pelo corpo, que costumam durar de três a dez dias. A letalidade, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), é rara e menos frequente que nos casos de dengue.
Para evitar a transmissão do vírus, a orientação do ministério é que as pessoas reforcem as ações para eliminar criadouros dos mosquitos. As medidas são as mesmas adotadas para o controle da dengue: verificar se a caixa d’água está bem fechada, não acumular vasilhames no quintal, verificar se as calhas estão entupidas e colocar areia nos pratos dos vasos de planta.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, desde 2004, o chikungunya havia sido identificado em 19 países. A partir do final de 2013, entretanto, foi registrada transmissão autóctone (dentro do mesmo território) em vários países do Caribe e, este ano, na República Dominicana e no Haiti. Até então, apenas África e Ásia tinham registro da circulação do vírus.
Desde que foram confirmados casos no Caribe, o governo brasileiro elaborou um plano nacional de contingência da doença, com as metas de intensificar as atividades de vigilância, a preparação de resposta da rede de saúde, o treinamento de profissionais, a divulgação de medidas às secretarias, além de equipar laboratórios de referência para diagnóstico.
Também foram reforçadas medidas de prevenção e identificação de casos. Nas regiões com registro da febre chikungunya, foram constituídas equipes técnicas pelas secretarias de saúde locais para orientar a busca de casos suspeitos e emitir alertas às unidades de saúde e às comunidades. Para garantir o controle dos mosquitos transmissores da doença, está sendo realizada, entre outras ações, a eliminação de criadouros.
A recomendação do ministério é que – uma vez caracterizada a transmissão sustentada de chikungunya em uma determinada área, com a confirmação laboratorial dos primeiros casos – os demais casos sejam confirmados por critério clínico-epidemiológico, que leva em conta fatores como sintomas apresentados e o vínculo do paciente com pessoas que já contraíram a doença.
Fonte: Agência Brasil