A detenção do correspondente do jornal americano The Washington Post em Teerã Jason Rezaian foi estendida por 60 dias, anunciou a família do jornalista, citada em um artigo publicado por este jornal na quarta-feira (3).Rezaian, um iraniano-americano que é correspondente do Washington Post em Teerã desde 2012, foi detido no dia 22 de julho junto a sua esposa Yeganeh Salehi, jornalista do The National, com sede nos Emirados Árabes Unidos, como parte de uma investigação relacionada, segundo autoridades, com a segurança da República Islâmica.
Salehi, de 30 anos, foi libertada sob fiança em outubro e esperava-se que seu marido tivesse o mesmo destino. Uma fonte oficial iraniana deu a entender que as acusações judiciais contra ele poderiam ser retiradas.O diretor-geral do departamento de meios de comunicação estrangeiros do ministério da Cultura, Mohamed Koushesh, disse à AFP que esperava uma libertação iminente, embora tenha lembrado que se trata principalmente de uma decisão judicial.Na semana passada o tribunal responsável pelo processo divulgou um documento com data de 18 de novembro que autoriza a prorrogação da detenção de Rezaian por dois meses para permitir a continuidade da investigação.
O Irã não reconhece a nacionalidade americana de Rezaian, afirmou o Washington Post, acrescentando que um advogado designado pela família não foi autorizado a vê-lo.As acusações contra o jornalista e sua esposa não foram formuladas com precisão. Em meados de agosto uma fonte judicial informou que o casal estava envolvido com atividades que afetam a segurança nacional, enquanto um jornal conservador mencionou que poderiam ser acusados de espionagem.Sarah Leah Whitson, diretora da Human Rights Watch para o Oriente Médio, disse que se as autoridades tiverem provas da culpa do jornalista devem fazer acusações e condená-lo, do contrário devem libertá-lo.Segundo a ONG Repórteres sem Fronteiras, ao menos 50 jornalistas ou ativistas da mídia na internet foram detidos no Irã em setembro.
G1