Da Redação
A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa confirmou durante a sessão noturna desta terça-feira (28), que será implantada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar a suspeita de fraude e simulação de negócios na Cooperativa Agroindustrial de Mato Grosso (Cooamat), que tem como sócio o produtor Eraí Maggi (PP) e parentes, além de funcionários do grupo Bom Futuro.
O presidente em exercício da Casa de Leis, Romoaldo Júnior (PMDB), determinou a elaboração dos atos de constituição da CPI para publicação no Diário Oficial. A definição ocorreu após a entrega do relatório em que autor do pedido, deputado estadual José Riva (PSD), afirma que a investigação será realizada em um prazo de 40 dias.
“Essa CPI não é apenas da cooperativa, trata-se de lesão ao fisco estadual e a investigação está praticamente pronta, já temos informações necessárias. Apresentamos o pedido de investigação em cima de dados, vamos ouvir pessoas envolvidas e inclusive, estão chegando denúncias de que existem de 20 a 30 cooperativas que agem como a Cooamat para não pagar impostos. Nosso compromisso é com o Estado e não com “A” ou “B”, por isso é importante fazer essa investigação”, justificou Riva na tribuna.
Diante da preocupação de deputados quanto ao tempo para a realização da investigação e de que o assunto deveria ter sido debatido na reunião Colégio de Líderes, Riva disse que os parlamentares não precisam ficar tão preocupados, pois o relatório apresentado e as denúncias já elaboradas comprovam a viabilidade da investigação.
“Nunca vi tanta preocupação por conta de CPI nesse parlamento, já participei de cinco comissões de investigação nessa Casa e todas terminaram no prazo estabelecido e com resultados. Fizemos o que foi pedido pela Mesa Diretora, a avaliação que é possível concluir os trabalhos, até dia 15 de dezembro entrego o relatório pronto”.
Além da investigação da Cooamat, também foi confirmada pelo presidente em exercício, outras duas CPIs: Trimec e Nhambiquaras.
DENÚNCIA
A suspeita é que a cooperativa é usada para operações fraudulentas que chegariam à R$ 500 milhões. De acordo com Riva, as denúncias são graves, e constam mais de 200 procedimentos e infrações na Secretaria de Fazenda (Sefaz).
O parlamentar já protocolou a denúncia na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), no Ministério Público Federal (MPF), Estadual (MPE), Ministério Público do Trabalho (MPT), na Polícia Federal (PF), Receita Federal e Ministério do Trabalho. (com assessoria)