O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, vem ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (16) para compromissos em cinco municípios do estado. O objetivo da visita é pedir o voto dos peemedebistas para a reeleição de Dilma Rousseff, em meio a um partido dividido no estado pela disputa a governador entre José Ivo Sartori, do PMDB, e Tarso Genro, do PT.
Segundo os responsáveis pela agenda de Temer no estado, não está previsto nenhum encontro entre o vice-presidente e Sartori, que já declarou apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da eleição presidencial. No primeiro turno, o peemedebista também não seguiu o alinhamento do partido no plano federal e apoiou Eduardo Campos e depois Marina Silva (PSB).
"O Temer vai pedir voto para ele. Logo, para a presidente Dilma. E ele, como presidente nacional do PMDB, pedirá voto também ao candidato a governador do PMDB, porque a maior parcela do PMDB do Rio Grande do Sul apoia a Dilma e o Sartori", disse ao G1 o deputado federal Eliseu Padilha (PMDB), responsável pela agenda do presidente nacional da sigla no estado.O vice de Dilma desembarca pela manhã em Porto Alegre, onde, a partir das 9h, atende a imprensa no comitê do PMDB na Avenida Farrapos. Lá, se encontrará com lideranças do partido que apoiam a candidatura petista à Presidência. Ao longo do dia, ele passará também pelas cidades de Rio Grande, Bagé, Santo Ângelo e Passo Fundo.
No primeiro turno, quando Temer visitou o estado, também não havia previsão de nenhuma agenda oficial entre ele e Sartori, mas ambos se encontraram no Aeroporto Salgado Filho e conversaram rapidamente. Agora, para o segundo turno, fontes do PMDB esperam que eles voltem a se encontrar longe dos holofotes ou ao menos conversem pelo telefone.Segundo os peemedebistas, a decisão de lançar a candidatura de Sartori ao Palácio Piratini seguiu não apenas a recomendação feita pela direção nacional do partido a todos os estados, mas também uma suposta tradição do PMDB gaúcho de se opor ao PT no âmbito regional.
Mas o apoio de Sartori a Marina Silva e agora a Aécio Neves na disputa pelo governo federal não é bem visto por alguns setores do partido.Esse é um problema do Sartori, dispara Padilha.Nós assumimos compromisso com a base do partido. O que temos é a aliança definida pela convenção nacional, acrescentou.Também por causa da disputa regional com Tarso Genro, Temer não deve se encontrar com representantes do PT gaúcho. O coordenador da campanha de Dilma Rousseff no Rio Grande do Sul, Ary Vanazzi, reconhece que, apesar de se tratar de um aliado em termos nacionais, Temer é adversário no estado.
O Temer aqui apoia o Sartori, mas o objetivo dele aqui é unificar o partido em torno da candidatura de Dilma, disse o petista. Segundo Vanazzi, o presidente do PMDB também reconhece que a aliança fica apenas no âmbito nacional.O Aécio virá para fazer campanha com o Sartori, então o Michel não vai participar com ele, completou.
G1