Esportes

Brasil leva virada da Polônia e adia sonho do tetra

O último passo precisava ser o mais firme de todos. Daqueles para não deixar dúvidas de quem mandava naquele pedaço. Quando pisaram na Spodek Arena, neste domingo, para enfrentar novamente a Polônia, Murilo, Bruninho, Lucão, Lucarelli & Cia. não estavam sozinhos. Traziam com eles Giba, Nalbert, Serginho, Maurício e todos os outros que vestiram a mesma camisa e fizeram do Brasil um tricampeão mundial. Queriam honrar a tradição e fazer o que nenhuma outra equipe havia conseguido na competição: ser tetra. E em série. Os anfitriões tinham a esperança de conseguir impedi-los. Convocaram seu "sétimo jogador", um mar vermelho que lotou dentro e fora o caldeirão, mas levaram um susto logo no primeiro set. A história começou a mudar com Mateusz Mika na parcial seguinte. No embalo dele, os poloneses cresceram na partida, mostraram mais consistência e colocaram fim ao sonho dos comandados de Bernardinho, vencendo a final por 3 sets a 1, parciais de 18/25, 25/22, 25/23 e 2522.

Até então, o último título conquistado pelo país no Mundial havia sido em 1974. Eles tiveram nova chance em 2006, mas foram derrubados exatamente pelos brasileiros. A espera foi longa, mas o gosto de erguer um troféu diante de 12.528 torcedores apaixonados, em Katowice, compensou. O maior pontuador da decisão foi Mika, com 22 acertos. Para completar a festa, Mariusz Wlazly foi eleito o MVP do torneio. Ficou também com o prêmio de melhor oposto e anunciou logo depois que encerrava ali a sua carreira equipe nacional. Seu companheiro, Karol Klos, levou o de segundo central. O time ideal do campeonato também teve Lucarelli e Murilo (ponteiros), o alemães Lukas Kampa (levantador) e Marcus Böhme (1º central), e o francês Jenia Grebennikov (líbero). 
   
– É um sonho que todo jogador tem vencer um Mundial pelo seu país. Ainda não temos ideia do que fizemos, mas minha missão na seleção polonesa chegou ao fim. Estou feliz de ter feito parte de algo grande – disse Wlazly.  

O jogo
O Brasil entrava em quadra com o uniforme azul, escolhido a dedo por estar invicto no Mundial.Não dava tempo para que os donos da casa respirassem. O bloqueio estava atento, a defesa também. Lá na frente, Lucarelli se livrava da marcação e virava as bolas (13/8). O primeiro sinal de tentativa de aproximação fazia Bernardinho parar o jogo. Wlazly havia conseguido um ace e diminuído a vantagem para três pontos. Murilo respondia (14/10). Lucão silenciava a torcida ao subir sozinho e parar o ataque polonês (16/11). 

Os comandados de Stephane Antiga sentiam a pressão. Wazly, o maior pontuador do campeonato, via seu ataque não passar para o outro lado da rede (18/11). Era a hora de tirar Kubiak – o jogador de estilo provocador que irritou os brasileiros no confronto da terceira fase – do banco de reservas. E Vissotto dava as boas-vindas com uma cortada sem defesa, bem em cima dele. A situação não mudava. Os tricampeões davam as cartas e contavam com um saque para fora de Winiarski para fazer 1 a 0: 25/18.   

Após a respirada no intervalo, a Polônia abria 4/1, tirando proveito das falhas em sequência do Brasil. A equipe voltaria aos trilhos depois de um ponto marcado por uma bonita defesa de Bruninho e finalização de Murilo. O capitão apontava para os companheiros que estavam na lateral da quadra. Não demorava para o empate chegar (7/7). Os anfitriões resistiam e retomavam o comando. Mika brilhava e aumentava sua pontuação de dois para 12 acertos (17/11). O serviço de Bruninho fazia estragos e levava preocupação a Antiga (17/14). Quando olhava de novo para o placar a vantagem havia sido se perdido (17/17). A seleção voltava a oscilar. Duas falhas seguidas de Lucarelli, uma no bloqueio e outra no ataque, renovavam o fôlego polonês (22/20).Sidão sacava longe da linha e dava o set point para os anfitriões, que mataram o ponto: 25/22.       

Lucão evitava que Winiarski e seus companheiros se distanciassem (8/8). Mika era acionado e dava conta do recado. Passava pelo bloqueio sem muita cerimônia (11/8). O Brasil se recuperava e deixava tudo igual (11/11). A agressividade ofensiva que faltava aos tricampeões sobrava nos rivais, que faziam 18/16 e colocavam a arquibancada de pé. A seleção criava, mas desperdiçava as chances de passar. A Polônia não perdia as dela (21/19). Os brasileiros chegavam a fazer 23/23, mas outra vez não tinham tranquilidade para fechar a parcial e se complicavam: 25/23.

No intervalo, Sidão chamava o time: "Vamos ganhar isso!". A seleção lutava. O problema é que do outro lado havia um time bom de briga e que pecava menos. Bruninho reclamava de uma marcação da arbitragem e levava o cartão amarelo, que vinha acompanhado de vaias (15/13). Um bloqueio de Lucão colocava o Brasil na frente (17/16). Lipe ia para o saque e via Lucão frear a Polônia de novo. Lucarelli também dava a sua contribuição explorando os dedos do bloqueio dos rivais (20/17). Na sequência, a pancada de Lipe passou da quadra. Os poloneses encostavam (20/19). Por sorte, Mika também cometia falhas. Um passe ruim e um ataque de Winiarski, uma invasão por baixo de Lucarelli e lá estavam os anfitriões na frente: 22/21. O Brasil se perdia e dava adeus ao sonho do quarto título seguido. O dono daquele pedaço era a Polônia.  

G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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