Política

Presidente da CPI da Petrobras pede ao STF acesso à delação premiada

 
No documento, Vital solicita que o tribunal envie cópia, em meio magnético, de todos os documentos produzidos a partir de desdobramentos da operação Lava Jato, da Polícia Federal.
 
Reportagem da edição deste fim de semana da revista "Veja" afirma, sem dar detalhes ou apresentar documentos, que Paulo Roberto Costa revelou em depoimentos ao Ministério Público Federal (MPF), na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, que três governadores, seis senadores, um ministro e, pelo menos, 25 deputados federais foram beneficiados com as propinas.
 
Segundo a publicação, Costa citou, entre outros políticos, os nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão) e dos ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João Pizzolatti (PP-SC). Os políticos mencionados na reportagem negam envolvimento no esquema de pagamento de propina na Petrobras.
 
Vital do Rêgo convocou para quarta-feira (10), às 10h, uma reunião emergencial dos líderes partidários que integram a CPI mista que apura denúncias contra a petroleira. O objetivo do encontro é “avaliar as medidas cabíveis para o caso do Paulo Roberto Costa”, conforme informou a assessoria de imprensa do senador. No mesmo dia, às 14h30, está marcado o depoimento do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.
 
Na manhã desta segunda, o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), protocolou, por meio de assessores, cinco requerimentos relacionados aos desdobramentos da delação premiada, entre os quais pedido para que a CPI mista solicitasse o acesso "imediato" ao conteúdo dos depoimentos do ex-dirigente da estatal.
 
Dilma Rousseff
 
Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" nesta segunda, a presidente Dilma Rousseff afirmou que recorrerá ao Supremo para saber se há integrantes do governo envolvidos com as denúncias resultantes da delação premiada de Paulo Roberto Costa. Costa vem dando depoimentos diários a policiais federais e procuradores da República em troca da possibilidade de redução da pena.
 
Dilma relatou que, após a divulgação das denúncias pela revista "Veja", determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que fizesse um ofício à Polícia Federal pedindo acesso ao conteúdo dos depoimentos para saber se há algum funcionário ou agente do governo envolvido. Ela disse, no entanto, que a corporação respondeu que não poderia repassar informações sobre os depoimentos.
 
Diante da recusa da PF, a petista ter enviado um ofício ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, requisitando que ele passe detalhes sobre os relatos ao governo federal, para que ela possa tomar as providências cabíveis. "Se o Ministério Público não for capaz de responder, vou pedir ao Supremo Tribunal Federal", enfatizou.
 
Segundo a presidente. ela necessita das informações oficiais porque não sabe se as informações divulgadas pela imprensa são verdadeiras. "Primeiro é preciso saber se isso é verdade. Então, eu quero essas informações. […] Quem vai falar isso para mim é quem investiga […] e não diz-que-diz-que. Quero a informação a mais aprofundada possível", afirmou.
 
G1

Redação

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