Alckmin visitou o ambulatório de reabilitação Lucy Montoro, que atende em média cerca de 6 mil pacientes ao mês. Acompanhado de funcionários do governo e de sua campanha, Alckmin foi abordado por Wagner Braga de Oliveira, de 34 anos, aposentado por invalidez depois de ter diagnosticada, há quatro anos, uma doença degenerativa que dificulta a fala e a locomoção.
Braga chegou de andador até a roda onde o governador concedia entrevista coletiva. Apresentou-se e, em seguida, fez o pedido: “Se o senhor puder, me dá um apoio? Tenho xantomatose”, disse, referindo-se à enfermidade. O apoio pedido pelo rapaz é um medicamento que, segundo ele, custa US$ 1,5 mil e é produzido nos Estados Unidos.
Alckmin orientou Braga a falar com a médica Linamara Battistella, secretária licenciada da Pessoa com Deficiência. Mais cedo, fora ela a encarregada de comandar a visita do governador à unidade, onde o tucano posou para fotos e câmeras de TV ao lado de pacientes em atendimento.
A secretária licenciada forneceu ao jovem um cartão com os contatos.
“A secretaria não tem esse medicamento aprovado pela Vigilância (Sanitária), mas está trabalhando muito nessa linha para oferecer uma resposta rápida. Mas não depende só do Estado de São Paulo”, salientou a médica, entregando o cartão ao paciente. “Quem cuida dessa área é a doutora Marta Carneiro, uma grande especialista, já trabalhamos juntas. Se você me escrever…”, encerrou.
À reportagem, a secretária licenciada explicou que “precisa saber se é mesmo esse o diagnóstico do paciente” antes de se analisar o pedido.
“Mas pedi a ele que me escreva que o colocarei em contato com um grupo do Hospital das Clínicas.”
Segundo Braga, o uso que ele faz atualmente do medicamento só é possível graças a doações. “Antes de ser diagnosticado eu trabalhava, jogava futebol. Hoje é ruim até para andar”, relatou. “Esse remédio não cura a doença, só a estabiliza. Tomara que a ajuda não seja só promessa”, completou Braga.
Espera de dois anos
Dentro do hospital, após a visita do governador, a desempregada Kezia Naiara da conceição, 24 anos, de Taboão da Serra (Grande SP), elogiou o atendimento da unidade, mas se queixou da demora na fila de espera para o primo, vítima de um acidente de trânsito.
“Depois que se consegue atendimento, ele é bom. Mas beira o ridículo esperar dois anos por uma vaga quem quer se recuperar”, avaliou.
Indagado em entrevista sobre pacientes com espera semelhante à do primo de Kezia, o governador disse que pretende “ampliar esse bom atendimento de qualidade, com robótica, fisiatria, reabilitação”.
Conforme Alckmin, a rede Lucy Montoro conta hoje com 17 unidades, além de uma carreta, quatro unidades planejadas e seis específicas a deficientes visuais – as quais não têm prazo de entrega.
Dos 45 milhões de pessoas com deficiência hoje no Brasil, 9 milhões, segundo o Estado, estão em São Paulo.
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