De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Salto, João De Conti Neto, em entrevista ao G1, a sujeira está voltando pela correnteza principalmente perto da Ilha dos Amores, local onde os visitantes do Memorial do Tietê em Salto conseguem ter acesso. Nesta semana, diversos pedaços de madeiras puderam ser vistos nas encostas e se acumulando entre as pedras aparentes por causa da estiagem.
Ainda segundo o secretário, os novos resíduos, porém velhos conhecidos dos moradores, vem de empresas e construtoras de São Paulo.A madeira vem de empresas da capital. Apesar de ser um resíduo mais fácil de limpar do que aquele enorme montante de garrafas pet, esse é um problema já que, em grande quantidade, atrapalha o fluxo do rio. Não conseguimos fazer tudo sozinhos. É um rio estadual que, infelizmente, carrega entulhos e resíduos que não são nossos até o trecho de Salto, afirma João.
Na última sexta-feira (15), uma porta foi retirada de dentro do rio com ajuda de uma retroescavadeira, segundo João. "Constatamos que a porta era centenária e fazia parte da antiga comporta da barragem. A chuva está trazendo tudo de volta para o rio que acabamos de limpar.Enquanto os resíduos como garrafas pet, isopor e outros derivados de plástico são encaminhados para aterros sanitários e compactados, a madeira recolhida do rio serve para abastecer caldeiras de empresas.
Em quase um mês, funcionários da equipe de limpeza da prefeitura retiraram 11,7 toneladas de resíduos diversos e 6,5 toneladas de madeira. O secretário afirma que ainda falta terminar a segunda etapa da limpeza, que será feita no Parque das Lavras.Por motivo de segurança, os trabalhos estão suspensos até esta sexta-feira (22).A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) nos informou que está com um problema nas turbinas, o que provoca aberturas não programadas das comportas. Portanto, a limpeza está paralisada por questões de segurança já que não sabemos quando elas serão abertas para geração de energia, afirma João.
Limpezas programadas
Segundo o secretário, a previsão é que um dispositivo com tecnologia americana seja instalado para conter a madeira que entra no rio.Esse equipamento poderá nos ajudar a fazer limpezas programadas para que não ocorra o risco da barragem estourar, ressalta.Apesar do treinamento com equipamentos de esportes radicais, como rapel e tirolesa, o secretário informou ainda ao G1 que a prefeitura não irá manter uma equipe especial de funcionários para fazer a limpeza do rio.
Motivada pela seca que atingiu o rio Tietê e que revelou uma grande quantidade de lixo que ficou represada em dois trechos do leito, a limpeza começou no dia 18 de julho, quando a equipe retirou o material que estava nas pedras que ficam ao lado da Ilha dos Amores, um dos pontos turísticos do Complexo da Cachoeira. O trabalho de limpeza contou com uma equipe de dez funcionários que aprendeu a usar o rapel, além da vassoura, para recolher garrafas pet, madeira, brinquedos, calçados e até peças de veículos.
Conti lamenta que o descarte de lixo seja feito de forma tão irregular e comenta sobre o risco.Os funcionários pegaram várias caixas de remédios com todos os comprimidos e líquidos.Isso contamina demais a água. As pessoas precisam entender que o lixo tem um lugar certo para ir e o rio não é o lugar certo para isso, conclui o secretário.
G1