O deputado é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, de combate à lavagem de dinheiro.
“Não tenha nada a acrescentar. Não tenho nada que possa declarar aqui”, antecipou Bento nos primeiro minutos da reunião. “Não posso dar qualquer esclarecimentos sobre a conta de qualquer cliente. Trata-se de sigilo bancário”, afirmou o gerente ante a insistência de parlamentares e do advogado de defesa de Argôlo.
Gerente da agência há dois anos, Bento confirmou que é o responsável pela conta de Argôlo e Bezerra desde que assumiu o cargo e afirmou que não tem relação pessoal com o parlamentar ou com seu assessor. Douglas Bento reiterou, por mais de uma vez, que conhece Argôlo apenas como cliente e explicou que só poderia dar o tipo de detalhamento pedido pelo Conselho de Ética por decisão judicial.
O convite feito pela defesa para que o gerente da Caixa depusesse no conselho foi criticado pelos parlamentares, que o consideraram uma “estratégia protelatória” do processo. “Não tinha condições de ser chamado como testemunha porque nenhum funcionário de banco pode quebrar o sigilo de ninguém”, afirmou Izalci (PSDB-DF).
O depoimento ocorreu enquanto o colegiado esperava quórum de 11 parlamentares para votar o parecer elaborado pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG) pela admissibilidade do processo de cassação do mandato do deputado André Vargas (ex-PT-PR).
Há denúncias de que Vargas intermediou negociações de um contrato entre um laboratório e o Ministério da Saúde para fornecimento de remédios. A empresa, chamada Labogen, seria um laboratório de fachada de Youssef.
Agência Brasil