"[O Banco do Bris] é a favor de países e não de instituições. Vai trabalhar em favor do sistema financeiro internacional. Não se trata de organismo contrário ao FMI. Somos credores do FMI e o que queremos é a reforma em sua governança. Transformar a nossa participação no sentido de adequá-la porque representamos 21% do PIB internacional, 27% do poder de compra e só temos 11% das cotas", destacou Dilma.
Em reunião de cúpula no começo desta semana em Fortaleza, os cinco países formalizaram a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que terá como objetivo o financiamento de projetos de infraestrutura em países emergentes. O NBD terá capital inicial de US$ 50 bilhões, mas poderá chegar a US$ 100 bilhões.A sede do Banco dos Brics será na China, o primeiro presidente será da Índia e o Brasil terá o direito a indicar o primeiro presidente do Conselho de Administração da instituição.
Na última quinta (17), a presidente do FMI, Christine Lagarde, afirmou, em carta enviada à presidente Dilma Rousseff, que o organismo vai ter "grande satisfação" em trabalhar junto com o novo banco.Durante o discurso, Dilma destacou que o banco é um "passo histórico no sentido de buscar uma ordem multipolar" nas relações financeiras mundiais. Ela classificou o encontro entres os líderes do Brics e de outros países latino-americanos como "momento ímpar para o fortalecimento da competição econômica". Dilma frisou que o banco pretende garantir uma "rede de proteção" contra a volatilidade financeira mundial.
Ela lembrou que ficou acertado entre os líderes do G-20 que o FMI seria reformado para garantir maior representatividade dos países emergentes e salientou que o grupo do Brics não abrirá mão de representatividade dentro do organismo internacional.A presidente falou também sobre a crise econômica internacional, dizendo que a sua recuperação tem se mostrado mais difícil e mais lenta do que se imaginava. Dilma reconheceu que a indústria brasileira também foi afetada, mas que o governo tem se mobilizado para garantir empregos no setor industrial.
Copa foi 'festival de avaliações negativas', disse Dilma
À plateia gaúcha, Dilma fez um balanço da Copa do Mundo no Brasil e voltou a criticar o tom "pessimista" que classificou como "fantástica ocorrência de um festival de avaliações negativas".Para ela, a Copa demonstrou uma "capacidade inequívoca" do Brasil de sediar o Mundial. Dilma falou sobre o funcionamento dos aeroportos, lembrando números de pontualidade média que, conforme a presidente, aproximaram o serviço aéreo do Brasil ao europeu.
G1