Cidades

Após dois anos, Brics formaliza criação de banco para financiar obras

 
O Brasil poderá indicar o primeiro presidente do Conselho de Administração do banco. Já a Índia terá o direito de indicar o primeiro presidente e, a Rússia, o presidente do Conselho de Governadores. A China venceu a disputa para sediar a instituição, que ficará em Xangai. A África do Sul vai sediar o Centro Regional Africano do banco.
 
Pelos termos do acordo, haverá rotatividade na presidência do banco. Depois da Índia, o Brasil terá direito a chefiar a instituição, seguido por Rússia, África do Sul e China.
 
A formalização do NBD, após pelo menos dois anos de negociações, aconteceu durante a reunião de cúpula em Fortaleza. Essa é a primeira ação concreta do Brics e chega num momento em que o grupo perde prestígio junto aos investidores, devido à desaceleração do crescimento das economias – especialmente do Brasil.
 
Até agora, a reuniões de cúpula (esta é a sexta) tinham servido basicamente como palco para discursos. Os cinco países também demonstraram dificuldade para chegar a acordos – por exemplo, para apoiar um nome de consenso para disputar a presidência do Banco Mundial em 2012. A expectativa agora é de que a parceria avance com mais velocidade.
 
O NBD vai ter capital inicial de US$ 50 bilhões, divididos igualmente entre os membros fundadores. Entretanto, diz comunicado, há uma autorização para que esse valor chegue a US$ 100 bilhões. Os empréstimos também poderão ser concedidos a países emergentes fora do Brics.
 
“Hoje, criamos o banco do Brics e estabelecemos o acordo contingente de reservas, importantes passos para o aperfeiçoamento da arquitetura de financiamento global”, disse a presidente Dilma Rousseff em seu discurso.
 
Fundo anticrise
 
Durante o encontro também foi oficializada a criação de um fundo anticrise, anunciado em junho de 2012 e que era alvo de negociações entre os cinco países. A ideia é que esse seja um mecanismo de socorro aos países em caso de turbulências financeiras, parecido com o que faz o Fundo Monetário Internacional. O fundo dos Brics terá US$ 100 bilhões.
 
Brics
 
O acrônimo Brics foi criado no início da década passada por um economista do Goldman Sachs para designar os países emergentes que, nos anos seguintes, seriam foco de crescimento econômico no mundo e da atenção dos investidores. Na época, estavam incluídos Brasil, Rússia, Índia e China, que, alguns anos depois, aproveitariam a atenção despertada para dar início à aliança.
 
A primeira reunião formal de cúpula aconteceu apenas em 2009. A união de forças tinha como principal meta elevar o poder dos quatro países no G20 – o grupo que reúne as 20 maiores economias mundiais – para pressionar por uma reforma do sistema financeiro, abalado pela crise, e mudanças na governança de organismos como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, controlados por EUA e seus aliados.
 
G1

Redação

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