Em discurso, o presidente do partido, Renato Rabelo, afirmou que o apoio à candidatura de Dilma "tem sentido estratégico para o PCdoB" e que a reeleição significa um "novo ciclo de desenvolvimento".“[Dilma] apresenta o que ela define como plano de transformação nacional concebido para realizar um grande projeto de mudanças na transformação da educação no país, revolução tecnológica e revolução no acesso digital. Destaca a premência na reforma nos serviços públicos, a reforma urbana e política, reforma democrática e reforma federativa”, declarou Rabelo.Rabelo também destacou a aliança do partido com governo do PT desde o mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Hoje a relação do nosso partido com a presidenta se estreitou, amadureceu, havendo relação de confiança mútua. Portanto , a candiatura da presidenta Dilma é a candidatura que o momento e o Brasil exigem […]. É a liderança que pode conduzir o país aos novos desafios", completou.
Disputas regionais
Apesar do apoio praticamente unânime à aliança na campanha presidencial, dirigentes da sigla falaram da vontade do partido em lançar candidatos próprios ao Senado mesmo em estados onde o PT se opõe, caso do Ceará e Sergipe. O senador Aníbal Diniz (PCdoB-CE) pretende lançar sua candidatura à reeleição no Ceará, onde o PT defende a candidatura do deputado federal José Guimarães (PT-CE) para o Senado.“O PT exigiu a vaga do Senado no Ceará, que é a vaga que eu estou presente. É uma batalha, vou brigar com o PT até o último minuto. É uma coisa inconsequente, vamos ter problemas. Não sabemos ainda [como vai ficar], vamos brigar até o último momento”, disse Diniz.
Também há incômodo do PCdoB com o PT no Maranhão. O estado é o único onde os comunistas pretendem lançar candidatura própria a governo de estado, com o nome de Flávio Dino. No entanto, PT apoia a candidatura de Lobão Filho (PMDB), filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.De acordo com secretário nacional de organização do partido, Walter Sorrentino, o PCdoB fechou aliança com o PT na disputa para governo dos estados em 10 unidades da federação. Em sete estados, a união foi selada com o PMDB. Outras quatro alianças foram firmadas com PSB, e mais duas, com PSD.
Propostas
Na lista de propostas que serão sugeridas para o programa de governo da reeleição de Dilma, o PCdoB sugere que seja feito debate que “promova com urgência a regulação democrática dos meios de comunicação”. O partido pretende proibir o que chama de “monopólio no setor”, estimular a produção regional e garantir o direito de resposta.No âmbito do Judiciário, o PCdoB defende estabelecer prazo para o mandato de ministro do Supremo Tribunal Federal, criando a possibilidade de alternância e acabando com a vitaliciedade. Em relação à reforma política, a sigla apoia a o financiamento público de campanha e a adoção de voto em lista nas eleições para deputado.
O PCdoB apoia, ainda, o papel do estado como indutor do crescimento econômico, conforme ele considera ter sido feito desde o início do governo Lula, em 2002.A sigla também elogia em seu conjunto de propostas a Política Nacional de Participação Social, criada em maio por decreto presidencial com o objetivo de incluir “conselhos populares” na tomada de decisões do governo. A medida tem sido criticada por parlamentares que enxergam na proposta invasão das atribuições do poder legislativo.
G1