Esportes

Às vésperas da estreia de Messi e companhia, torcida argentina toma conta de Copacabana

 
“Tive que fazer uma troca, a minha esposa e a minha filha foram para Cuba, para que eu pudesse vir sozinho e realizar essa aventura”, conta. Aparicio arrumou o furgão que estava encostado na garagem, improvisou um quarto na parte de trás do veículo e saiu de Mendonza, na divisa entre Argentina e Chile, rumo ao Brasil.
 
Ele dirigiu por quatro dias, entrando pelo Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro. Foram 3.650 quilômetros, segundo as contas dele, guiado por um GPS. A jornada incluiu 14 horas de volante por dia. “Metade dos meus 58 anos eu passei em aviões e hotéis. Não vou às Copas na Rússia nem no Qatar, pela distância, então resolvi fazer essa viagem com custo baixo, porque nasci pobre e queria ter este momento sozinho”, afirma.
 
Mas, por alguns instantes, o aventureiro chegou a titubear. “Quando entro no Rio, sem saber andar por aqui direito, pensei: ‘o que eu faço aqui, estou louco!’ Então resolvi vir para Copacabana que era onde eu já conhecia”, lembra. Hoje ele já fez amizades com os compatriotas que também vivem em vans ao longo da Avenida Atlântida e não mostra arrependimento.
 
Comunidade
 
Os argentinos, que provocaram uma “invasão” na praia, se divertem. Mesmo aqueles que nem sequer têm ingresso para a partida de estreia de Messi, Agüero e companhia. Sergio Díaz e Walter Gasparotti saíram de carro de Santa Fé. Passaram 36 horas na estrada para completar os 2,5 mil quilômetros que separam as duas cidades. Hospedaram-se num albergue e vão tentar a sorte para entrar no Maracanã.
 
“A gente não conseguiu comprar ingresso pela internet. Também não havia bilhetes disponíveis no Centro de Distribuição da FIFA. Domingo vamos cedo para o estádio ver se achamos alguém arrependido”, afirma Díaz. Depois da estreia, eles vão voltar para a Argentina por Porto Alegre e tentar outra vez a sorte, desta vez no Rio Grande do Sul. A seleção Albiceleste enfrenta a Nigéria, no Beira-Rio, no dia 25.
 
Todos eles acreditam que o Brasil estará na final. Sim, o maior rival dos argentinos. Um pouco da confiança é broma (piadas), o que todo “hermano” gosta. “Se os juízes forem como o japonês da estreia, vai ser difícil tirar o título dos brasileiros”, brinca Nicholas Sapia, que saiu de Córdoba para o Rio de Janeiro. “Mas a decisão será contra a Argentina, está escrito.”
 
Onde é que ele viu isso escrito? “Você já viu as cores dos assentos do Maracanã? Têm as cores da Argentina. Isso é um sinal de um novo Maracanazo”, profetiza Sapia. “Mas nós nem vamos nos sentar nas cadeiras do estádio. O estilo argentino de assistir futebol é em pé”. E começa a pular em pleno calçadão de Copacabana.
 
Seu amigo Juan Garza aposta que a Copa de 2014 é a chance de Messi conquistar de vez o coração de seus compatriotas. “Ele não vinha jogando bem no Barcelona nos últimos tempos. Na Argentina, a imprensa cogita que Messi estava se guardando para o Mundial. Lio já ganhou quase tudo. Falta um título de Copa para que possa ser comparado à Maradona. Ele quer se consagrar aqui”, afirma.
 
E os argentinos acreditam que para ver a profecia de Garza se concretizar vale dormir onde for. Em vans, na areia da praia, embaixo de viadutos, até na porta do estádio.
 
Seleção no Rio
 
A delegação argentina chegou ao Rio de Janeiro na noite desta sexta-feira (13) por volta das 20h. Ainda na pista do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), os jogadores entraram no ônibus que os levou ao hotel onde ficarão hospedados, na Barra da Tijuca, até a partida contra a Bósnia-Herzegovina. O treino de reconhecimento do gramado do Estádio Maracanã ocorrerá neste sábado (14).
 
Portal da Copa 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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