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Vídeo indica que homem morto pela PM pode não ter reagido a abordagem

 
A abordagem aconteceu no bairro do Grajaú, na Zona Sul da capital. No dia 12 de maio, a polícia estava perseguindo um carro roubado. Na fuga, o motorista bateu no portão de uma casa. Três homens que estavam no carro saíram correndo.O soldado Uilian Lougati e o cabo Marco Túlio Prates, que estavam na operação, disseram no boletim de ocorrência que prenderam um suspeito, que outro fugiu, e que um terceiro, Natanael da Conceição, teria resistido à prisão.A família de Natanael, que não quis ser identificada na reportagem, diz acreditar que o rapaz foi executado pelos policiais.A gente não acredita na versão oficial, a gente quer respostas, justiça e saber o que realmente aconteceu ali naquele lugar, disse uma das familiares.
 
No vídeo feito por celular, Natanael pede que uma testemunha que se encontra perto da abordagem filme tudo. O rapaz ainda tenta escapar. As imagens mostram que ele não tem nada nas mãos. Na sequência, aparece o policial com uma arma. Ele tenta cercar Natanael que corre de novo. Em seguida, ouve-se um barulho parecido com tiro.A pessoa que está filmando corre, entra num lugar escuro. É quando dá pra ouvir outro estampido.Segundo o relato de testemunhas, Natanael a todo momento oferecia as mãos pra que fosse levado preso. Essas mesmas testemunhas dizem que ele tinha medo de ser morto.O policial deu tiro na perna para ele poder parar de correr, Só que aí ele parou de correr, o policial, parou, ficou segurando ele na viela, falando que ia matar ele.
 
No BO, os policiais disseram que Neguinho, que seria o apelido de Natanael, lutou com o soldado Lougati. Foi quando o cabo Túlio chegou e também mandou Natanael se entregar. O rapaz teria sacado uma arma para se proteger, e os policiais dispararam oito tiros contra ele.Uma testemunha afirma que Natanael estava desarmado e que chegou a usá-la como escudo.Ele falava: amiga, não sai daqui, pelo amor de Deus amiga, ele vai me matar, ele não quer me prender, ele quer me matar, disse. Ela relata que viu o policial executar Natanael. Chegou a guardar uma cápsula e conta que os policiais teriam mudado a cena do crime.
 
A familiar do rapaz afirma que Natanael tinha família, filhos e pessoas que o amavam e que queriam ele mesmo com seus defeitos.A Polícia Militar de São Paulo foi procurada pela equipe de reportagem, mas não quis comentar o caso. Em nota, a PM informou que vai analisar o vídeo para depois se posicionar. A nota também diz que a PM não admite desvios de conduta de seus homens e que todos os casos são rigorosamente apurados e investigados quando há fundamento.
 
G1

Redação

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