De acordo com a Polícia Militar, havia 400 pessoas no local. Testemunhas afirmaram que os manifestantes apontaram seus arcos e flechas para policiais e servidores do prédio. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil nega hostilidade por parte do grupo.Tem uma proposta no Ministério da Justiça para alterar o procedimento de demarcação de terra. Essa proposta significa um obstáculo democrático", disse a entidade.Os indígenas se espalharam ao redor do prédio, com faixas e cartazes e levaram uma lista das terras que querem ter como garantidas. Eles afirmaram que pretendiam ficar no local até ter uma resposta do ministro.
Por volta de 10h40, uma assessora da pasta desceu para conversar com o grupo. Eles negociavam a possibilidade de receber os índios dentro do palácio. Homens da Força Nacional acompanharam o protesto.Funcionário de outro ministério, Luiz Paulo Conde dos Santos Neto disse que presenciou o início da manifestação.Eu estava dentro do ônibus, vindo trabalhar. Eles chegaram correndo, tentaram invadir o palácio. Um policial disse que não podiam fazer isso, mas eles insistiram e apontaram o arco e flecha para ele. Aí ele recuou, conta.
Às 11h, quilombolas também se movimentaram para a frente do Palácio da Justiça, em solidariedade à manifestação dos indígenas. Eles afirmaram que pretendiam reforçar o protesto porque o projeto de lei que discute o assunto também fala da demarcação das terras deles.Nesta terça, uma comissão de indígenas foi recebida pelos presidentes da Câmara Federal, Henrique Alves, e do Senado, Renan Calheiros. Eles discutiram questões relacionadas à PEC 215, que transfere para o Legislativo a decisão de homologar terras indígenas e esvazia o poder da Funai, atual responsável por elaborar estudos de demarcação.
O deputado Henrique Alves assumiu um compromisso de não aprovar a PEC 215 enquanto não houver consenso dentro desta casa. Nós fizemos questão dele reafirmar que deve haver consenso e não maioria. Como a maioria desta casa é ruralista, não se corre o risco deles pautarem. Enquanto não houver consenso, não haverá PEC 215, disse a líder indígena Sônia.
Já na terça, o grupo participou de dois atos: no primeiro, pela manhã, chegaram a subir na marquise do Congresso Nacional; no segundo, se juntaram a familiares do auxiliar de serviços gerais Antônio de Araújo, sumido há um ano após abordagem policial, e a movimentos sociais que questionam os gastos com a Copa do Mundo em uma manifestação nos arredores do Estádio Nacional.
Um indígena acabou atingindo com uma flecha um cabo da cavalaria. Ele não foi detido, de acordo com a PM. O policial, que participava de uma linha de contenção para evitar que o grupo chegasse à Taça da Copa do Mundo, exposta no estacionamento da arena, sofreu um corte próximo à virilha.Durante o confronto, o Batalhão de Choque chegou a lançar gás lacrimogêneo contra os manifestantes. "A gente não se assustou muito com a polícia ontem. Nós vivemos isso no dia a dia dos nosso estados", disse Cláudio Carmona da etnia guarani.
G1