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MPMT investiga riscos ambientais e estruturais em barragem da Usina Hidrelétrica de Colíder

Um inquérito civil foi instaurado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) para apurar possíveis riscos e impactos ambientais associados à Usina Hidrelétrica de Colíder, no rio Teles Pires. A portaria, que converteu a notícia de fato em investigação, é desta quarta-feira (20.08) e reúne as Promotorias de Justiça de Colíder, Nova Canaã do Norte, Cláudia e Itaúba.

A medida foi motivada por comunicado da Eletrobras, de 15 de agosto de 2025, informando que a barragem está em nível de segurança “Alerta” devido a danos no sistema de drenos, o que acionou o Plano de Ação Emergencial. O MPMT foi oficialmente informado em reunião no dia 18 de agosto e avalia que há risco à vida, à saúde e à segurança da população, além de potenciais danos ambientais como mortandade de peixes, alterações nos ciclos reprodutivos de espécies aquáticas, exposição de áreas marginais, redução de água para ribeirinhos e impacto nas atividades econômicas locais.

O procedimento tem como investigadas a Eletrobras, proprietária da usina, e a Copel, responsável pela operação. O objetivo é apurar os danos decorrentes da condição estrutural da barragem e da redução do nível do reservatório, bem como os motivos que levaram à deterioração do sistema de drenos.

Entre as providências já adotadas estão a notificação das empresas, o envio de ofício à Delegacia Especializada do Meio Ambiente (DEMA) e a solicitação à Aneel para fiscalização urgente da barragem, com comunicação imediata ao MPMT sobre qualquer alteração no nível de alerta e indicação de medidas de mitigação. Nesta quarta, o Ministério Público também teve acesso ao processo de licenciamento da Sema-MT — 134 volumes e mais de 36 mil páginas —, que será analisado pelos membros que acompanham o caso.

Para dar celeridade, o procurador de Justiça Gerson Barbosa, coordenador do CAEX Ambiental, designou equipe para perícia imediata no local: a bióloga Mayara Fioreze Zucchetto (doutora em Ecologia e Conservação da Biodiversidade), o geólogo Edvaldo José de Oliveira (doutor em Geociências) e o engenheiro civil Bruno Moreira dos Santos Zuchini. A investigação será conduzida pelos promotores Graziella Salina Ferrari (Colíder), Álvaro Padilha de Oliveira (Nova Canaã do Norte), Edinaldo dos Santos Coelho (Cláudia) e Márcio Schimiti Chueire (Itaúba).

joaofreitas

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