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Embaixador do Brasil na Índia diz que tarifas dos EUA aproximam os dois países

O embaixador do Brasil na Índia, Kenneth Nóbrega, disse nesta quinta-feira, 7, que as barreiras tarifárias anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, vão dar um impulso adicional à cooperação entre os dois países, que, conforme o diplomata, já está crescendo em diversas áreas.

“A relação está, no bom sentido, booming, explodindo de uma maneira muito concreta, em várias áreas”, declarou Nóbrega durante conversa com jornalistas durante o fórum do Lide que reúne, em Mumbai, empresários, autoridades do setor público e diplomatas dos dois países.

Conforme o embaixador, as tarifas americanas levam o Brasil a ampliar negócios com novos parceiros como a Índia, com quem o País tem uma relação bilateral de quase 80 anos. Energia, agricultura e defesa são setores em que o Brasil pode ampliar vendas ao mercado indiano. Por sua vez, há interesse da Índia, conforme o embaixador, de expandir o comércio de produtos farmacêuticos, tanto de medicamentos quanto de princípios ativos para remédios produzidos no Brasil.

Após a visita oficial, no dia 8 de julho, do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, a Brasília, uma viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Índia está prevista, segundo o embaixador, para o início do ano que vem. Na quarta-feira, 6, em entrevista à Reuters, Lula disse que pretende viajar para a Índia junto com uma delegação de empresários para fazer negócios. O embaixador brasileiro disse não ter conhecimento se os preparativos para a visita já estão em curso.

O diplomata disse que, em menos de dois anos, a Índia recebeu 73 missões comerciais do Brasil, com destaque para comitivas de empresas com negócios ou interesses nos setores de energia, agricultura, defesa, farmacêuticos e digitalização, incluindo inteligência artificial.

“Eu acho que no momento em que os dois países enfrentam tarifas tão altas dos EUA, é normal que eles busquem alternativas em parceiros confiáveis, em parceiros com os quais têm relações muito longas e em que as comunidades empresariais e as agências de Estado já se conhecem”, afirmou Nóbrega.

A meta, anunciada por Lula, é triplicar a corrente do comércio bilateral (soma de exportações e importações), que somou US$ 12 bilhões no ano passado. Conforme o embaixador brasileiro, o crescimento “substancial” dos investimentos da Índia no Brasil deve apoiar este objetivo. “Neste momento, temos que olhar mais para o fluxo de investimentos, nos dois sentidos, do que para a balança comercial. A balança comercial vai refletir esse boom de investimentos um pouco mais adiante”, comentou Nóbrega.

*O repórter viajou a convite do Lide.

Estadão Conteudo

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