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‘Lula tem que ligar para Trump’, diz governador do MS sobre tarifas

A relutância do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrar em contato com Donald Trump para negociar o tarifaço contra produtos brasileiros nos Estados Unidos recebeu críticas no fórum que o Lide realiza nesta quinta-feira, 7, em Mumbai (Índia). Na quarta, 6, em entrevista à Reuters, Lula disse que não sente disposição de Trump em negociar e que, por isso, não vai se humilhar em uma ligação ao republicano.

O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) lamentou que a crise das tarifas do governo americano venha sendo politizada. Para ele, a situação já poderia ser tratada pela diplomacia presidencial, já que, lembrou, o próprio Trump disse na última sexta-feira, dia 1º, que Lula poderia contatá-lo quando quisesse.

“Acho que o governo brasileiro tem que sentar para negociar. É o único caminho para a gente buscar as alternativas. Vejo espaço de negociação, sim. É uma pena que a gente esteja politizando muito esse assunto”, comentou o governador em entrevista a jornalistas.

“Acho que o Brasil tem que ligar, tem que negociar, seja pela diplomacia, seja pelo próprio presidente. Ele Trump já deu um sinal: ‘quero receber uma ligação’. Aí, Lula não liga. Acho que é uma discussão que não pode ser levada nesse tom, tem que ser levada de maneira mais pragmática, mais objetiva”, acrescentou Riedel.

Na mesma linha, o presidente da Federação das Indústrias do Mato Grosso do Sul, Sérgio Longen, defendeu que Lula busque abrir pessoalmente uma interlocução com Trump. “Eu entendo que o presidente e o vice-presidente Geraldo Alckmin deveriam fazer uma ação mais incisiva com o governo americano, tipo subir no avião e bater na porta.”

Para Longen, que também é vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e acompanha Riedel na viagem do governador pela Ásia, os empresários notam que a busca por uma solução das tarifas foi contaminada pela política. “O governo federal poderia ter tido outra ação nas tarifas americanas. Muitas vezes, o governo também coloca na mesa a política. É o que nós, empresários, estamos percebendo.”

No Mato Grosso do Sul, a produção de carnes bovinas e a indústria pesqueira são as maiores “vítimas” do tarifaço de Trump. O governador Eduardo Riedel cumpre na Ásia uma agenda de negócios que tem o objetivo de abrir novos mercados aos produtores do Estado.

Além de participar do fórum do Lide que reúne empresários do Brasil e da Índia, Riedel discutiu um acordo de cooperação com universidades de Mumbai. Na sequência, ele embarca ao Japão e Singapura para encontros com empresas que investem no Mato Grosso do Sul.

*O repórter viajou a convite do Lide.

Estadão Conteudo

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