De acordo com o escritório de advocacia que representa Paulo Roberto Costa, a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná solicitou que o acusado seja transferido para Catanduvas, presídio de segurança máxima, em Cascavel, no oeste do Paraná. A Justiça determinou prazo de cinco dias para que a defesa se manifeste sobre este pedido. Enquanto isso, Costa segue na carceragem da PF.
Os advogados do ex-diretor não concordam com a transferência. Eles argumentam que Catanduvas é uma unidade para presos de alta periculosidade e que esta não é uma característica de Paulo Roberto Costa. Os juristas afirmam que solicitarão, novamente, medidas alternativas como prisão domiciliar, uma vez que, segundo eles, não há razão para o acusado permanecer preso. Eles destacam que todas as provas já foram recolhidas e que Paulo Roberto Costa não está condenado. A intenção é que o acusado seja levado para o Rio de Janeiro, onde tem residência e família.
Paulo Roberto da Costa foi preso em março deste ano e é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como um dos chefes de uma quadrilha especializada em lavar dinheiro no exterior, por meio de operações de câmbio fraudulentas. Conforme a denúncia, o ex-diretor usou empresas de fachada, comandadas pelo doleiro Alberto Youssef, que também está preso, para lavar dinheiro da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A Justiça Federal do Paraná acatou a denúncia por prática de lavagem de dinheiro e participação em grupo criminoso organizado.
O ex-diretor da Petrobras chegou a escrever duas cartas afirmando que foi ameaçado por um agente da Polícia Federal (PF) na carceragem da corporação, em Curitiba, para onde voltou. A Polícia Federal informou que esta nova denúncia, assim como a anterior, passará por procedimentos apuratórios.
Duas denúncias aceitas
Na terça-feira (29), a Justiça Federal do Paraná aceitou uma nova denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Além de Costa, as filhas dele Ariana Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, e os genros Humberto Sampaio de Mesquita e Marcio Lewkowicz também viraram réus.
De acordo com a Justiça Federal, a denúncia do MPF acusa estes familiares de Paulo Roberto Costa de retirar documentos e dinheiro do escritório de empresa pertencente ao ex-diretor da Petrobras. Segundo o MPF, durante o cumprimento das buscas realizadas pela Polícia Federa (PF), Paulo Roberto Costa ordenou que os familiares fossem ao escritório da Costa Global Consultoria, no Rio de Janeiro, e retirassem materiais que poderiam provar as infrações sob investigação na Operação Lava Jato, antes da chegada da PF ao local.
Ainda conforme o MPF, câmeras de segurança do prédio registraram a ação dos réus no dia 17 de março – mesma data em que a operação foi deflagrada. As imagens mostram os familiares entrando e saindo com sacolas e mochilas da empresa de Costa, enquanto ele prestava depoimento sobre o esquema de lavagem de R$ 10 bilhões descoberto pela PF.
Citando a Lei nº 12.850/2013, o juiz justifica a aceitação da denúncia: "Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa". Segundo a decisão, a família diz que o caso não passou de mera coincidência peculiar, mas que isso só será analisado durante o julgamento.
Essa é a segunda denúncia aceita pela Justiça Federal do Paraná contra o ex-diretor da Petrobras. Ele também se tornou réu pela acusação do MPF de ser um dos chefes de uma quadrilha especializada em lavar dinheiro no exterior, por meio de operações de câmbio fraudulentas. Conforme a denúncia, Costa usou empresas de fachada, comandadas pelo doleiro Alberto Youssef, para lavar dinheiro da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
G1