Política

Senadores querem acompanhar investigações sobre a morte de Malhães

 
Paulo Malhães ficou conhecido depois de ter confessado e denunciado, na Comissão Nacional da Verdade, a prática de tortura e assassinatos cometidos por ele e outros agentes da repressão durante o período da ditadura no Brasil (1964/1985). As denúncias ocorreram há cerca de um mês. Na última sexta-feira (25), ele foi encontrado morto, com sinais de asfixia, na chácara onde vivia, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
 
O senador do Amapá mostrou preocupação com a notícia do jornal O Dia desta terça-feira. Segundo a publicação, entre as primeiras pessoas que souberam da morte do coronel Malhães está o também coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do Destacamento de Operações de Informações Centro de Defesa Interna (DOI-Codi) de São Paulo (1970-1974). Por meio do Twitter de Ustra, o jornal descobriu uma postagem sobre o assassinato de Malhães 31 minutos antes da primeira notícia sair na imprensa sobre o caso.
 
Existem elementos que não podem ficar só por conta da Polícia Civil do Rio. O caso não é um caso simples de latrocínio, e eu não vou me contentar com a versão rápida dada agora pela Polícia Civil de que foi o caseiro o responsável pelo crime, disse. O senador disse não admitir que a morte da principal testemunha dos crimes ocorridos durante a ditadura, fique só na conta de caseiros, mordomos e fique por isso mesmo. Para  ele, Malhães morreu por omissão do Estado brasileiro.
 
Integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado esperam ser recebidos pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para falar sobre o caso. Os parlamentares querem pedir para a Polícia Federal entrar no caso. O presidente da Comissão da Verdade do Rio, Wadih Damous, defendeu hoje, em Brasília, a entrada da Polícia Federal na apuração.As controvérsias em torno da morte do coronel Malhães alimentam suspeitas em torno do laudo médico no qual a causa da morte é descrita como edema pulmonar, isquemia do miocárdio, miocardiopatia hipertrófica, evolução de estado mórbido [doença].
 
Na avaliação de Damous, a morte de Malhães não pode ser vista como um caso comum.Do meu ponto de vista, pelo passado dele e pelo o que ele representou, o caso tinha de ter tido um acompanhamento federal. Não pode ser tratado como mera tentativa de assalto, afirmou.Por isso, defendo que a Polícia Federal acompanhe o caso.
 
AGENCIA BRASIL

Redação

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