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Após ataques, Forças Armadas ocuparão a Maré, afirma Cabral

 
A decisão de ocupar o Conjunto de Favelas da Maré aconteceu após uma série de ataques a Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na semana passada. Formada por 16 comunidades, a Maré está localizada em um ponto estratégico da cidade: próximo ao aeroporto internacional Antonio Carlos Jobim, no Galeão, na Ilha do Governador; e às três mais importantes vias expressas da cidade, como frisou o governador.
"Esse é um passo decisivo na nossa política de avanço na segurança. Trata-se de uma área estratégica para o Rio visto que lá passam a Linha Vermelha, Linha Amarela e Avenida Brasil, uma área sensível com moradores ansiosos para receber as forças de segurança", disse Cabral, sem dar detalhes sobre a operação como a data da entrada das forças federais, o evetivo que será empregado e o papel de cada órgão no plano de ocupação traçado.
 
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que equipes técnicas das polícias Federal, Rodoviária Federal, da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas permaneciam reunidas por volta de 13h para acertar detalhes do planejamento da ação. De acordo com o ministro, a ocupação da região será por tempo indeterminado.
"[A ocupação vai durar] o quanto for necessário para o cumprimento dessa primeira etapa. Os prazos são sempre ajustados conforme a necessidade. A primeira etapa é a ocupação do espaço territorial para que o terreno para a pacificação seja criado. A presença do Estado no Complexo da Maré veio para não mais terminar, a exemplo daquilo que houve em outras comunidades do Rio de Janeiro", afirmou Cardozo, acrescentando que a ação não vai atrapalhar o planejamento de segurança para a Copa do Mundo: "Nós temos um plano para a Copa do Mundo muito bem desenvolvido e muito bem preparado", finalizou.
 
Reunião
A reunião começou às 11h15 desta segunda-feira (24) com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro da cidade, para planejar as ações das forças federais após os ataques a policiais e bases da PM em comunidades pacificadas.
Na sexta-feira (21), a presidente Dilma Rousseff já havia respondido positivamente ao pedido de ajuda de Cabral para que as tropas federais atuem na cidade. 
Ocupação por forças estaduais
As polícias Civil e Militar mantêm a ocupação em quatro favelas do Subúrbio desde sexta-feira (21) à noite por tempo indeterminado.
 
No Conjunto de Favelas da Maré, são duas as comunidades ocupadas: Nova Holanda e Parque União. A tropa do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fez apreensões de drogas e armas.
No Morro do Chapadão, em Costa Barros, a equipe do Batalhão de Choque precisou usar uma retroescavadeira para destruir barricadas montadas pelo tráfico. Um homem foi preso e um menor, apreendido. Além disso, sete motos e oito carros roubados foram recuperados. No alto da comunidade, uma base móvel foi montada pela polícia. De lá, é feito o monitoramento de dez câmeras que vigiam os principais acessos ao morro.
A polícia também permanece no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho. No local, não houve prisões nem apreensões.
No sábado (22), em uma operação na Favela Pára Pedro, em Colégio, também no Subúrbio, dois homens morreram em um confronto. Segundo o comando da PM, eles eram criminosos. Quatro pessoas foram detidas e uma delas ficou ferida na troca de tiros.
 
Ataques
As ocupações de comunidades pelas polícias estaduais começaram 24 horas após ataques a Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). O objetivo é preparar o terreno para a chegada de forças federais.
No atentado mais violento, no Conjunto de Favelas de Manguinhos, na Zona Norte, na noite de quinta-feira (20), cinco postos da UPP e dois carros da PM foram incendiados. O comandante da unidade, capitão Gabriel Toledo, foi baleado. Ele permanece internado no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM). Outro policial levou uma pedrada na cabeça, mas passa bem.
Na ocasião, a base da UPP no Morro Camarista Méier, no Conjunto de Favelas do Lins, também foi alvo dos criminosos.
 
G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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