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Polícia faz operação para demolir imóveis de luxo e resort do tráfico

Uma operação conjunta das Polícias Civil e Militar demoliu imóveis de luxo do traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, no Complexo de Israel, na zona norte do Rio. Entre eles está um resort mantido pelo suspeito em Parada de Lucas.

Peixão é apontado como um dos chefes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP). Segundo a polícia, há mais de dez mandados de prisão expedidos contra o traficante, que está foragido. Até a publicação deste texto, a reportagem não havia conseguido falar com a defesa de Santa Rosa.

Em fevereiro, as polícias realizaram uma operação para prendê-lo, mas o suspeito conseguiu fugir. Durante o confronto, um helicóptero da Polícia Militar foi alvejado e fez um pouso forçado no Comando Naval. Até 2019, o líder do TCP comandava o tráfico nas favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas. Na pandemia, expulsou rivais e ocupou as favelas de Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau, dominadas pelo Comando Vermelho, e construiu pontes sobre rios para facilitar a mobilidade entre as cinco comunidades vizinhas.

O traficante acumula imóveis de luxo, entre eles o chamado resort green, um amplo espaço com piscinas e um lago para a criação de carpas coloridas. Na mansão de Peixão, funciona também uma academia de ginástica completa, com equipamentos modernos.

Conforme a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, responsável pela investigação, o imóvel foi construído com dinheiro ilícito e funciona também como fortaleza do tráfico, armazenando armas e drogas. A academia de ginástica, que já foi desmontada, funcionava como ponto de encontro da facção, segundo a polícia.

Ao ocupar o terreno, o traficante cometeu ainda crime ambiental, segundo a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Além de destruir uma extensa vegetação nativa, houve o desvio de um curso de água para abastecer o lago dos peixes.

A abordagem

Na chegada ao complexo, por volta das 6 horas, os policiais foram recebidos a tiros. A Avenida Brasil, uma das principais vias públicas do Rio, foi fechada preventivamente, mas liberada logo após a passagem dos comboios policiais. A circulação de trens na Supervia também chegou a ser suspensa entre Caxias e Penha. O serviço já foi retomado.

Após ocupar o local, as equipes iniciaram o desmonte da academia e demais instalações. Peixão não estava no imóvel, encontrado praticamente vazio. As equipes iniciaram ainda a demolição das estruturas da mansão do traficante.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Rio informou que a operação visa a coletar provas que fortaleçam as investigações sobre associação criminosa, bem como apreender materiais ilícitos, incluindo armas, equipamentos eletrônicos e documentos que possam contribuir para a elucidação de crimes praticados na região.

Estadão Conteudo

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