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SP: vereador quer mudar local da Parada LGBT+ e proibir participação de crianças e adolescentes

Em mais um exemplo da guinada conservadora da Câmara de São Paulo, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) apresentou projeto de lei para proibir a participação de crianças e adolescentes em eventos “que façam alusão ou fomentem práticas LGBTQIA+”, mesmo com a presença dos pais ou responsáveis.

Para isso, ele quer proibir que vias públicas sejam interditadas e que os eventos passem a ser realizados obrigatoriamente em locais que permitam o controle da entrada do público. Na prática, as regras propostas por Nunes, se aprovadas, obrigariam a transferência da Parada do Orgulho LGBT+, tradicionalmente realizada na Avenida Paulista, para outro lugar.

“Vou sepultar a cultura woke em São Paulo. Há anos essa gente se vale de brechas legais e do politicamente correto para impor sua agenda, destruir famílias e roubar a inocência de nossos filhos. Esse tempo acabou. São Paulo é para todos, não para ‘todes’”, disse o vereador ao Estadão.

Procurada, organização do evento ainda não se manifestou. O espaço está aberto.

Rubinho Nunes também apresentou projetos para proibir a linguagem neutra em São Paulo – o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional no ano passado uma lei similar aprovada em Votorantim (SP) – e impedir que hospitais e clínicas da Prefeitura realizem procedimentos “relacionados a alteração de sexo, redesignação sexual, transgenitalização, tratamento ou terapia hormonal” em pessoas menores de 18 anos.

O texto propõe ainda que o Plano Municipal de Saúde siga o princípio de “plena garantia do direito à vida, desde a sua concepção”, em uma tentativa de restringir o direito ao aborto na capital paulista.

Nunes reconhece que os projetos são polêmicos, mas aposta que a nova composição da Câmara, com mais vereadores de direita na comparação com a Legislatura passada, aumenta as chances dos projetos serem aprovados. O novo presidente do Legislativo, Ricardo Teixeira (União Brasil), disse em entrevista ao jornal O Globo que colocará projetos de lei em votação mesmo quando discordar das proposições.

“Eu tenho dois filhos gays, ponto. Então, já tem pauta que eu não concordo. É assim na Câmara: primeiro tem a CCJ, vai para o plenário, depois de aprovado pode virar lei. Eu voto contra, o outro vota a favor. Eu tenho falado pra todos: vou pautar tudo. Eu não quero ser rolha, não quero segurar nada”, declarou ele.

Além da pauta de costumes, um grupo de parlamentares tem pressionado a Prefeitura por uma política cultural mais conservadora na capital. Os vereadores, que se intitulam “antiwoke” apresentarão uma lista de reivindicações na próxima semana ao secretário de Cultura, Totó Parente.

Estadão Conteudo

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