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Aumento nas exportações e mercado interno devem aquecer suinocultura no próximo ano

Criadores de suínos em Mato Grosso chegam ao último mês de 2024 com um cenário bem diferente dos anos anteriores, trabalhando no azul e com resultados expressivos tanto no mercado interno como nas exportações. Para o ano que vem a perspectiva também é positiva, de acordo com o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, a menor oferta de carne bovina no mercado interno deve aumentar o consumo da proteína suína e aquecer também as exportações.

“2025 tem tudo para ser um ano fantástico para a suinocultura brasileira. Exportações devem continuar em alta e um mercado interno que dá sintomas de melhora, justamente pela oferta de carne bovina, grande concorrente da carne suína, que terá uma oferta significativamente menor, o que vai levar o consumidor a procurar outras proteínas, e aí carne suína vai ganhar espaço também no mercado interno”, explicou.

Iglesias, que palestrou no Seminário da Suinocultura de Mato Grosso, evento realizado pela Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), alertou os produtores para cuidados com o custo de produção na atividade, para que a rentabilidade acompanhe o bom momento do mercado. “Vamos ter mais oportunidades do que desafios em 2025, mas é preciso ter atenção com os custos. As estratégias de abastecimento com o milho e o farelo de soja é fundamental para que haja uma boa rentabilidade neste período”, pontuou.

Outro fator que deve impulsionar o setor de carnes do Brasil é a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Conhecido por sua postura protecionista, Trump tende a intensificar desregulamentações ambientais e renegociar acordos internacionais de maneira agressiva. Para o presidente do Conselho da FGV Agro, Alexandre Mendonça de Barros, o cenário pode ser favorável ao setor de carnes do Brasil.

“Algumas políticas de Trump vão favorecer o agro brasileiro. Uma delas é a proposta de tributar, aumentar as tarifas de importação de vários países, com destaque para a China. A questão da diminuição dos imigrantes vai impactar diretamente no mercado de trabalho, principalmente em empregos com operações agrícolas, como abate de animais, por exemplo. E por fim, a redução de impostos em algumas áreas da economia americana que também eleva a taxa de juros no país, medida que vai fortalecer o dólar e consequentemente trazer vantagem para o Brasil, que exporta seus produtos cotados na moeda americana”, afirmou.

O cenário otimista também é aguardado pelos suinocultores mato-grossenses, como conta o presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho. “Tivemos um ano de 2024 muito bom, principalmente agora no segundo semestre com uma boa valorização no preço do animal e com uma estabilidade nos custos de produção. 2025 se desenha um cenário favorável para a atividade, e esperamos que os criadores consigam aproveitar as oportunidades que devem surgir para fortalecer ainda mais a suinocultura de Mato Grosso”, pontuou.

FONTE: Assessoria

João Freitas

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