A avó do bebê, a dona de casa Juraci Quintino, fez uma reforma na casa em que mora para receber a criança, após uma vistoria do Conselho Tutelar. Antes de participar da audiência que definiu a guarda, no último dia 28 de janeiro, ela disse que estava ansiosa pelo resultado. Não vejo a hora de ele vir logo para casa. Até sonho com ele aqui”, afirmou.
O menino permanece internado no Hospital da Criança desde que nasceu. Segundo a unidade, a alta médica está prevista para a próxima semana.
O drama sobre quem cuidará do bebê começou quando a mãe, que não quis se identificar, ficou sabendo que o filho teria diversas restrições por causa da doença e precisará de cuidados especiais. Ela e o marido, que têm outro bebê de quatro meses, optaram por doar a criança. "Ele precisa de muita atenção. Decidi dar para adoção porque eu não tenho condição de ficar com ele", afirmou a mulher.
Dias depois, sensibilizada com o caso, a avó visitou o menino no hospital e disse que iria cuidar dele. Segundo a dona de casa, depois de deixar público que quer ficar com o neto, a mãe do menino a procurou e disse que vai auxiliar no que for possível. “Ela falou que vai me ajudar a cuidar dele e que vai ficar por perto, para que ele cresça junto com os outros dois irmãos”, contou.
'Ossos de vidro'
A osteogênese imperfeita ocorre por uma deficiência na produção de colágeno, proteína que dá sustentação às células dos ossos, tendões e da pele. Por causa da enfermidade, o bebê nasceu com inúmeras fraturas pelo corpo, razão pela qual foi levado diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Durante nove meses, o menino respirou com a ajuda de aparelhos.
Mesmo na UTI, o bebê quebrou o braço duas vezes ao brincar com um chocalho. Apesar das fraturas, segundo a pediatra Paula Pires, ele é uma criança forte e está se recuperando.
Hoje, o bebê já consegue comer papinha e segurar a mamadeira. A fisioterapeuta Fernanda Ameloti Gomes Avelino, que o acompanha, diz que ele "entende tudo, tem um funcionamento cognitivo (cerebral) bom, só precisa mesmo de estimulação multidisciplinar para que consiga, dentro dos seus limites, uma independência maior".
A pediatra ressalta que o menino precisa de atenção especial constante. "Ele vai necessitar acompanhamento pediátrico, ortopédico, fisioterápico e fonoaudiológico em centro específico para essa doença. Também deve ter brinquedos que não ofereçam risco. Além disso, vai precisar de almofadinhas, travesseiros", explica Paula.
G1