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Secretário de Acorizal é preso por esquema de fraude que desviou R$ 21 milhões

Por Lucas Bellinello

Arcilio e seu filho foram presos pela operação que busca desmontar uma quadrilha da região

O titular da Secretaria Municipal de Finanças de Acorizal, situado a 62 km de Cuiabá, Arcilio Jesus da Cruz, foi detido na manhã de quinta-feira (18) durante uma busca e apreensão em sua residência no contexto da Operação Dígito 8. Essa operação tem como foco desmantelar uma organização criminosa envolvida em fraudes de pagamentos de guias de arrecadação via QR Code PIX, explorando uma falha no sistema bancário.

Durante a execução das buscas na casa do secretário, um revólver calibre 22 com oito munições íntegras foi encontrado dentro de um guarda-roupas. Adicionalmente, seis munições calibre 38 e uma calibre 50 foram localizadas em uma cômoda em outro quarto. A presença dessas armas levou à prisão em flagrante de Arcilio e seu filho, também chamado Arcilio.

A operação, sob coordenação da Polícia Civil do Distrito Federal, teve desdobramentos em diversos estados, incluindo São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Amapá, Goiás e Rio de Janeiro. Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão, todos expedidos pela Terceira Vara Criminal de Brasília. Os crimes investigados abrangem invasão de dispositivos eletrônicos, furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, a atividade criminosa ocorreu entre os dias 7 e 31 de janeiro. Durante esse período, os suspeitos inseriram códigos de barras de guias válidas, porém adulteraram os QR Codes PIX para valores significativamente menores, resultando em um prejuízo total de R$ 21 milhões.

O delegado Eduardo Dal Fabbro, da PCDF, revelou que os fundos desviados eram distribuídos entre os membros da organização, financiando festas luxuosas, aquisição de carros importados e viagens caras.

As investigações destacaram que a fraude era coordenada por quatro núcleos distintos: o núcleo operacional, encarregado de explorar a vulnerabilidade e efetuar os pagamentos; o núcleo de prefeituras, responsável pela emissão de guias fraudulentas e repasse das verbas (prefeituras de Morros (MA), Ubaitaba (BA), Serra do Navio (AP), Jacinto (MG) e Acorizal (MT) estiveram envolvidas); o núcleo de intermediadores, que facilitava a comunicação entre o núcleo operacional e as prefeituras; e o núcleo financeiro, que utilizava empresas para permitir a retirada dos recursos ilícitos das contas das prefeituras.

O nome da operação faz alusão ao tipo de guia utilizado pelos criminosos para desviar dinheiro da instituição financeira.

Lucas Bellinello

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