Cidades

A Gazeta: Sucateado, Hemocentro perde doadores

 
Desde 1995 até 2009 a captação de doadores de sangue só avançou. Se no início eram 1.151, na outra ponta o número apresentado era 60 vezes maior. A ampliação da rede ao longo dos anos e a adesão da sociedade ao ato de doar sangue promoveram a rede, mas a partir de 2010 os números deram sinais de queda. 
 
Há 3 anos a quantidade de candidatos a doação passou a 57,9 mil, em 2011 foram somados 55,5 mil e em 2012 o número de 39,3 mil. O pouco prestígio das cadeiras de doação refletiram no número de bolsas coletadas, passando de 47,9 mil bolsas em 2009 para 30,4 mil no ano passado, uma queda de 36,5%.
 
O Hemocentro ainda avalia a distribuição de materiais na rede de saúde, que enquanto alcançava o pico histórico de 75 mil em 2009, passou a ser de 35, 4 mil em 2012, retração de 53%. A distribuição de sangue e hemoderivados aponta para o nível de atuação em rede das 17 unidades de coleta e transfusão (UCT) e 29 agências de transfusão (AT), que compõem o Hemocentro no Estado.
 
Número de transfusões também caiu, de 38,8 mil em 2009 em que houve pico do procedimento na história da instituição, para 24,9 mil no ano passado, uma diminuição de 35,7%.
 
‘O nosso Hemocentro já foi referência nacional, tinha muitos trabalhos com o sangue e seus derivados. Mas, hoje está sucateado para que seja privatizado. Já foi pedido providências, mas os problemas persistem‘, diz a presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso, Elza Queiroz.
 
O Sindimed recebe denúncias de condições precárias do ônibus que circula coletando sangue. Falta manutenção e investimentos como já foram feitos no passado. Elza destaca que a organização da sede na Capital é fundamental para que o restante da rede funcione, não faltem materiais com frequência e haja estabilidade.
 
Membro do Conselho Estadual de Saúde (CES), Alzira Saldanha, apresentou recentemente os dados que comprovam a queda no orçamento. Enquanto em 2009 foram investidos R$ 15,9 milhões conforme despesa líquida, em 2012 o valor caiu quase a metade, sendo R$ 7,9 milhões liquidados.
 
As notícias de sucateamento foram denunciadas pelos servidores como estratégia para terceirizar os serviços. A gerencia do Hemocentro por uma Organização Social de Saúde (OSS) chegou a ser pretendida pelo governo estadual. Mas, não se efetivou.
 
Além da queda nos investimentos, a inserção de OSS em hospitais regionais provocou a ‘privatização dos bancos de sangue‘, classifica Alzira. Segundo ela, os problemas deixaram de ser denunciados, pois os trabalhadores são contratados e esta ausência de transparência colabora para o mau funcionamento da rede. 
 
A Gazeta
 

Redação

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