"É a minha grande aspiração, que o PSDB esteja unido. Com quem for o candidato. Trabalharei para isso, não tenha dúvida", afirmou em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do UOL. Mas fará campanha, de maneira incessante, a favor de Aécio Neves? "Farei, farei, trabalharei para que a haja unidade, primeiro. E segundo, havendo unidade, para que a unidade se projete na campanha".
A declaração de Serra, é claro, pode ser interpretada com ressalvas. Por exemplo, quando ele diz que trabalhará pelo mineiro "havendo unidade". Adversários podem enxergar insinceridade no apoio prometido a Aécio. Mas o tucano também poderia ter tergiversado quando indagado sobre se faria campanha para o colega mineiro. Preferiu ser direto.
Trata-se de uma mudança em relação ao tom quase beligerante das últimas semanas, quando o tucano paulista passou a viajar pelo país para se apresentar como uma alternativa ao nome de Aécio, hoje o favorito para conquistar no PSDB a vaga de candidato a presidente em 2014.
E quem seria mais de esquerda, Serra, 71 anos, ou Aécio, 53 anos? O paulista reagiu dizendo que a pergunta era "engraçada". Sorriu e explicou que a trajetória de vida dos dois é muito diferente: "Não dá para comparar banana com laranja". Mas ele estaria à direita ou à esquerda do mineiro? "À direita, não estou", respondeu. Ao final, afirmou que ambos são "progressistas".
Sobre o prazo para definição, Serra é ambíguo. Há um acordo entre ele e Aécio para que o nome do candidato a presidente pelo PSDB seja anunciado em março. O paulista, entretanto, introduz um reparo: "A partir de março". Depois, é evasivo: "Se se achar que não tenha, que não há condições de maturidade para se tomar uma decisão…". Dá a entender que gostaria de estender ao máximo essa tomada de posição dentro do PSDB.
Fonte: Folha de São Paulo