Cidades

Operários reclamam de comida de má qualidade servida pelo Buffet Leila Malouf

 
A obra é de responsabilidade da construtora Lumen e de acordo com os operários, a empresa contratada para o serviço de refeições, a Novo Sabor Refeições Coletivas, na verdade serve de fachada para o Buffett Leila Malouf. Há suspeita de que esteja sendo servida refeição requentada. O problema é mais freqüente às segundas-feiras, e os operários desconfiam que isso aconteça pelo fato de a comida vir de eventos realizados pelo Buffet aos finais de semana.
 
Empregados do local confirma ter passado mal há cerca de três semanas devido à comida. Um deles, o encarregado de obra Carlos Alberto de Araújo, teve diarréia e dores abdominais. “Não cheguei a ir ao médico, mas passei muito mal”. O mesmo ocorreu com o marido da auxiliar de serviços gerais Ilda dos Santos, o encarregado Luis Gonçalo Rodrigues de Jesus.
De acordo com funcionários mais antigos, o contrato para o fornecimento de refeições foi fechado há cerca de oito meses com uma pessoa que disse representar o Buffet Leila Malouf. À partir desta época, os problemas começaram.
 
Eles reclamam que foram servidos no local feijão, frango e macarrão com sinais de deterioração, e freqüentemente é oferecida carne assada feita novamente ao molho, o que indicaria o reaproveitamento de refeição já pronta. “Eu me sinto humilhado em passar por isso, pois pagamos por esta comida. Como moro aqui perto, quando isso acontece, eu vou comer em casa, mas e os outros?”, diz o pedreiro Jarbas de Oliveira, que trabalha no local há três meses.
 
É o caso do operador de retroescavadeira Crispim Souza Carvalho, morador do bairro Jardim Vitória. “Não tenho como ir para casa, então quando acontece isso, fico o dia todo sem comer. Isso não é legal, nós trabalhamos e precisamos nos sustentar”, diz ele, que mostrou aos representantes do sindicato o seu holerit, onde constava o desconto de R$ 14,85 referente à refeição.
O eletricista Ivan Messias, que há dois anos é empregado da construtora, confirmou a ocorrência de comida deteriorada no local. “Já foi servido macarrão azedo, e além disso, já aconteceu de servirem carne muito dura, impossível de mastigar e não tem salada para todo mundo. Isso é humilhante num lugar em que se diz que a lei é para todos. Me sinto desrespeitado”.
Procurado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Cuiabá e Municípios,o representante da empresa Novo Sabor, Nilton Pereira, confirmou que usa as dependências do Buffet Leila Malouf para fazer as refeições.
 
O vice-presidente do SINTRAICCCM, Elias Henrique, e o secretário da entidade, Anoar José Nunes Feitosa, estiveram no local e reuniram-se também com o engenheiro responsável pela obra, Alexander Piovezan, que confirmou os casos de diarréia e as reclamações constantes dos trabalhadores sobre a comida, mas tentou minimizar o caso, atribuindo-as a um grupo de operários.
A má alimentação no local de trabalho é um dos itens que caracterizam o trabalho análogo ao escravo, segundo o SINTRAICCCM. De acordo com a entidade, já houve várias reclamações de canteiros de obras servidos pelo Leila Malouf.
 
Questionamento
 
O SINTRAICCCM informa que irá tomar as providências necessárias para melhorar o atendimento aos trabalhadores. “Quase sempre quando há reclamações deste tipo, o trabalhador é mandado embora. Quem ficará responsável por isso, o restaurante ou a empresa?”, disse Anoar José Nunes Feitosa.
 
Da Agência ACP

Redação

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