Todos os anos a situação se repete, mas, ao que parece, não incomoda os gestores, que se limitam a realizar medidas emergenciais, muito aquém daquilo que é esperado pela população. Em fevereiro deste ano, por exemplo, a Câmara de Vereadores de Colniza chegou a encaminhar um ofício com pedido de providências ao superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Garcia. À época, os parlamentares reclamaram da situação em que se encontrava o município devido às grandes chuvas e aos consequentes atoleiros e isolamentos de algumas regiões.
Passados mais de oito meses, a situação está prestes a se repetir, conforme relatou à reportagem do Circuito Mato Grosso o vereador Francisco Borges dos Santos, o ‘Chicão’ (PPS). “A situação aqui em Colniza é precária e calamitosa. Temos estradas de responsabilidade do Estado e também as que estão a cargo do Governo Federal. O problema é que estamos esquecidos por todas as esferas”, reclamou o vereador.
Ele alerta, ainda, que a população dos distritos de Guaíba e Três Fronteiras, frequentemente afetados com os problemas de isolamento em consequência das chuvas, vivem na iminência de sofrer com um novo acontecimento desta natureza. “Toda ano é a mesma coisa, não sei se falta maquinário, se falta vontade política, mas o que a gente observa é que falta principalmente que as coisas sejam bem feitas para evitar que uma nova chuva traga todos os problemas de volta”, argumenta o vereador ao lembrar que muitas vezes os municípios são obrigados a decretar estado de calamidade pública.
Prejuízos – Diversos municípios do Estado, que em sua grande maioria têm estradas não pavimentadas, são frequentemente afetados pelo excesso de chuvas nesta época do ano. Pontes submersas, atoleiros gigantescos e comunidades inteiras isoladas são o reflexo da precariedade da malha viária em Mato Grosso. Além de a população ficar isolada e desabastecida de produtos, inúmeros produtores ainda ficam impossibilitados de escoar a produção.