A reportagem do Circuito Mato Grosso flagrou o momento em que quatro policiais militares cercaram o tatuador Santiago Slavieiro, 27, que acabou sendo repreendido pela PM e pela segurança do governo, que também estava no local.
Santiago tentava subir nas arquibancadas do estádio, que davam acesso ao local onde estava a Comitiva da Fifa, e acabou sendo algemado pelos policiais. O rapaz foi liberado instante após ser algemado e insinuou que a polícia agiu por ordens externas, apesar de manifestação estar ocorrendo de forma organizada.
Outros integrantes do Comitê Popular da Copa também participaram do manifesto ocorrido dentro do estádio. Faziam parte do grupo, alunos e professores da rede estadual de ensino, trabalhadores dos Correios, profissionais da saúde e acadêmicos da UFMT.
Eles estavam munidos com faixas, cartazes, instrumentos musicais, apitos e alto falante para entoar suas reivindicações em busca de melhorias sociais.
A professora Patricia Acs, 29, relata que as reivindicações ocorrem pela falta de estrutura nas escolas. Ainda segundo ela, os manifestantes foram até a arena para “mostrar para as pessoas o que está acontecendo, que por conta da Copa vários recursos estão sendo desviado e ficando a revelia do povo”.
Há 15 anos trabalhando nos Correios, o secretário geral do Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado de Mato Grosso (Sintec-MT) Silvio Bueno de Andrade, fala sobre a unificação da classe trabalhadores, para poder lutar e reivindicar os seus direitos. “Uma pessoa só não tem força, mas se tiver dois já é diferente”.
Muitos manifestantes presentes no ato questionaram os altos investimentos feitos nas obras relacionadas à Copa do Mundo, enquanto outras áreas do Estado estão sendo sucateadas. A estudante da rede estadual de ensino Ana Caroline, 16, por exemplo, reclamou da falta de infraestrutura de sua escola “não tem sala de laboratório de ciências, os professores ficam desmotivados e há superlotação nas salas de aulas”.
Com as palavras de ordem “O povo sai da rua, mas a luta continua!” e depois de muitos protestos e cobranças, os manifestantes deixaram a Arena. Ainda assim, eles prometeram realizar novos atos.