A princípio, são bens adquiridos com dinheiro ilícito", afirmou o superintendente regional da PF/RJ, delegado Roberto Cordeiro. A Operação Saqueador cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais.
Cavendish não estava em casa quando os agentes chegaram. A PF afirmou que, além dos carros, também foram recolhidos R$ 350 mil em dinheiro (em todos os mandados), além de documentos e computadores que poderão ser usados como provas dos desvios de recurso público federal, estadual e municipal.
"Está sendo feito um exame pericial em todo o material coletado, e a investigação está em curso", afirmou o delegado Tacio Muzzi, responsável pela investigação no Rio de Janeiro.
"Já se materializou que a sede social (das empresas de fachada) não é compatível com o montante de recursos ,e os sócios não apresentam o perfil de gente que movimenta tal volume de dinheiro nessas contas. A maior parte das empresas nunca teve funcionário registrado. Tudo isso denota que essas empresas são de papel", completou Muzzi.
Os desvios até agora comprovados ocorreram entre os anos de 2007 e 2012, quando teve início a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, que investigou a ligação do bicheiro Carlinhos Cachoeira com empresários e políticos. A partir dos dados repassados pela CPI é que ocorreu o aprofundamento das investigações.
Não está descartada a participação de entes públicos, embora o delegado responsável tenha esclarecido que "os mandatos cumpridos hoje não envolvem nenhum político". "A investigação ainda está sendo aprimorada", afirmou Muzzi. A PF estipula um prazo de 30 dias para que o trabalho de perícia do material apreendido seja concluído.
Se comprovado o desvio de dinheiro público, os envolvidos, incluindo o empresário Fernando Cavendish, responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. À tarde, por meio de nota oficial, a Delta Construções se defendeu das acusações e se colocou à disposição para todo e qualquer esclarecimento:
"A Delta Construções foi surpreendida pela operação policial de busca e apreensão realizada na manhã desta terça-feira (01/10), uma vez que encontra-se em recuperação judicial, homologada em janeiro de 2013 pelo juízo da 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Toda movimentação financeira e contábil da empresa é acompanhada e fiscalizada pela Justiça, Ministério Público e administrador judicial Deloitte Touche Tohmatsu. A Delta afirma que todos os esclarecimentos serão prestados às autoridades competentes, contribuindo de forma plena com a investigação."
Extra MT