De acordo com o representante da secretaria em Brasileia, Damião Borges, somente hoje (30) 46 haitianos recém-chegados foram cadastrados no acampamento disponibilizado pela pasta para acolhê-los. "Se continuar nesse ritmo, chegaremos a 10 mil imigrantes haitianos, sem nenhuma dúvida, até o fim do ano". Borges, que coordena o abrigo do município, explicou que a preocupação das autoridades deve-se à proximidade do fim do ano, quando diminui a contratação dessas pessoas pelas empresas.
"Quando chega esta época, as empresas que costumam vir buscá-los para trabalhar em outros estados contratam menos, muitas dão férias coletivas. O problema é que no abrigo, que foi construído para abrigar 450 pessoas, já há 900, sendo 800 haitianos [entre os 100 restantes há imigrantes do Senegal e da República Dominicana]. Muitas dessas pessoas são grávidas e idosas, além dos analfabetos que, em geral, não despertam interesse para contratação", disse.
Borges informou que as empresas que mais contratam esses imigrantes são as ligadas às áreas de construção civil, metalurgia, abatimento de aves e de suínos.
No mês passado, para compensar a sobrecarga no atendimento de saúde em razão do grande fluxo migratório de haitianos em Brasileia, o Ministério da Saúde destinou R$ 56 mil ao município, por meio do Piso de Atenção Básica. O crescimento da migração também levou o governo do Acre a decretar estado de emergência social em Brasileia em abril deste ano. Na mesma época, o governo federal publicou no Diário Oficial da União a Resolução Normativa 102/2013, do Conselho Nacional de Imigração, revogando o limite de concessão de 1,2 mil vistos por ano aos imigrantes do Haiti.
Agência Brasil