Os indícios de irregularidades foram ventilados, já que a empresa Kango do Brasil Equipamentos Esportivos, que venceu processo licitatório para instalação das cadeiras irá receber R$ 19,44 milhões para a execução dos serviços. O intrigante, no entanto, é que a mesma empresa forneceu as cadeiras para o Estádio Mané Garrincha, em Brasília, por um preço 2,5 vezes mais baixo.
Acontece que o Governo do Distrito Federal pagou à Kango R$ 12,7 milhões por 72,4 mil assentos, em contrapartida, Mato Grosso irá desembolsar quase R$ 20 milhões por 44,5 mil cadeiras, o que evidencia um suposto superfaturamento de 250% na compra efetuada pela Secopa.
Existem dúvidas, ainda, quanto ao prazo de instalação do material, já que, segundo extrato do contrato assinado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, um primeiro lote composto por 42 mil cadeiras de arquibancada será instalado até o dia 14 de janeiro de 2013. Entretanto, a Secopa já alegou que a obra da Arena Pantanal será totalmente concluída em dezembro deste ano.
Embora o secretário da Copa, Maurício Guimarães, tenha preferido não fazer comparações, sob a justificativa de que os projetos das duas arenas são diferenciados, o promotor da 36ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, Clóvis de Almeida Júnior, instaurou investigação para averiguar supostas irregularidades nos valores contratados.
Diante da investigação, o titular da Secopa preferiu acatar a solicitação do MPE e suspender o pagamento de R$ 19,44 milhões à Kango, para “comprovar que não existiu má-fé na aquisição das cadeiras que atenderão a Arena Pantanal”.
Se comprovada irregularidade, a menos de nove meses da realização do Mundial, a Secopa terá que realizar novo processo licitatório para aquisição das cadeiras. A reportagem do Circuito Mato Grosso entrou em contato com a empresa Kango Brasil, que se limitou a alegar que não dispõe de informações sobre qualquer alteração no cronograma de pagamento ou entrega das cadeiras.