O estado de emergência começou às 16h locais (11h de Brasília). A presidência pediu ao exército que ajude o Ministério do Interior a "impor a ordem" no dividido país, o mais populoso dos países árabes.
Também foi imposto toque de recolher no Cairo e em várias províncias, de 19h às 6h.
Crise após golpe militar
Segundo a imprensa local, os confrontos seguem intensos na capital do país, cada vez mais afundado na crise política após a derrubada do presidente islamita Morsi, no início de julho, por um golpe militar.
Os islamitas pedem que ele seja reconduzido ao cargo. Os militares prometeram uma transição de volta à democracia.
Segundo o Ministério da Saúde, 95 pessoas morreram e outras 874 ficaram feridas. O porta-voz do ministério, Hamdi Abdel Karim, disse que entre os mortos estão policiais e civis.
O maior número de vítimas dos confrontos ocorreu na província de Miniya, no sul, onde 25 pessoas morreram e 197 se feriram, segundo o ministério.
Também foram registradas mortes em Beheira, Alexandria e Daqahiliya (norte), Suez (leste), Luxor (sul), entre outras províncias.
A Irmandade Muçulmana e a imprensa falam em cifras maiores, com até 350 mortos. Eles também afirmam que a filha de 17 anos um de seus líderes, Mohammed al-Beltagui, está entre os mortos. Ela teria sido baleada no peito e nas costas durante o avanço da polícia na praça de Rabaa al-Adawiya
As forças de segurança – com policiais, blindados e helicópteros – atacaram acampamentos dos seguidores do deposto presidente, Mohammed Morsi.
A tropa de choque da polícia, usando máscaras de gás, aproximou-se agachada atrás de veículos blindados pelas ruas ao redor da mesquita Rabaa al-Adawiya, no nordeste do Cairo, onde milhares de apoiadores de Morsi mantinham uma vigília.
Outros incidentes
Pelo menos 17 pessoas morreram na província de Fayoum, ao sul do Cairo, após confrontos em delegacias entre apoiadores de Morsi e as forças de segurança, disse um funcionário de um hospital.
Partidários de Morsi incendiaram uma igreja copta em Sohaf, no centro do Egito, em represália pela retirada de seus acampamentos, informou a agência oficial Mena.
Os islamistas atiraram coquetéis molotov contra a igreja Mar Gergiss, situada na área da diocese desta cidade que tem uma importante comunidade cristã ortodoxa copta, segundo a agência.
Os coptas, que representam entre 6% e 10% da população egípcia, tiveram uma participação ativa no movimento popular que provocou a derrubada de Morsi pelo exército.
G1