Na avaliação da economista do SPC Brasil, Ana Paula Bastos, a constatação mostra que mesmo as pessoas mais ativas no mercado de trabalho e com estabilidade financeira podem enfrentar problemas para honrar determinados compromissos.
— Nesta faixa etária as pessoas já são chefe de família e tem um numero maior de compromissos a pagar, como aluguel, água, luz e etc. Todos esses fatores aliados à falta de planejamento orçamentário impactam negativamente na capacidade de pagamento.
O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (19), a maior parte das dívidas, 48% do total, supera os R$ 500. Em seguida estão os débitos entre R$ 100 e R$ 250 (17,75%).
A inadimplência no comércio fechou março de 2013 com alta de 10,58% na comparação com igual mês do ano passado, segundo dados da base de registros do SPC Brasil.
Para Ana Paula Bastos, as facilidades na concessão de crédito e reduções de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para segmentos de bens de maior valor agregado como automóveis e eletrodomésticos é uma das causas que explica o fato de a inadimplência se concentrar nas faixas de valores elevados.
— Em 2012 houve um grande incentivo para o consumo de produtos da linha branca e financiamento de automóveis, de maneira que ainda há um reflexo de quem realizou as compras e está tendo dificuldades para honrá-las no começo do novo ano.
Para a economista, embora as políticas de estímulo ao consumo tragam impacto positivo para o comércio, elas também acabam contribuindo para o crescimento das compras não planejadas, uma vez que nem todos estão preparados para lidar com o próprio orçamento.
Vendas
Principal representante do atual modelo brasileiro de desenvolvimento econômico, o consumo interno se manteve forte em março de 2013 e teve crescimento de 12,38% se comparado ao mesmo período de 2013.
Na liderança dos que mais realizaram compras a prazo em março estão as pessoas com idade entre 30 e 39 anos (25%) ao lado das mulheres, que representam 57% desses consumidores.
Fonte: R7