Circuito Cinema

Feira reúne publicações independentes sobre música, cinema e HQs

Com a expansão da internet, os fanzines começaram a minguar no mundo todo dando lugar a blogs e sites.

Neste domingo (10), um evento reunirá em São Paulo coletivos e editoras independentes que ainda trabalham com ideias na cabeça e papel, cola e tesoura nas mãos.

A primeira edição da Feira Plana promoverá a venda e troca de fanzines e livros caseiros no Museu da Imagem e do Som (MIS). As publicações vão de histórias em quadrinhos e "livros de artistas", com desenhos e fotografias, até os que abordam música e cinema.

Dos 80 participantes, cerca de 30 são de São Paulo, segundo a criadora do evento, Beatriz Bittencourt. "Hoje, essas publicações são vendidas em lojas especializadas de reprodutíveis, ou livrarias mais focadas em gibis e publicações independentes ou galerias", conta.

O evento terá ainda palestras e shows. A programação completa está no site feiraplana.org.

A galeria LOGO apresentará levar zines e livros relacionados ou produzidos pelos artistas que representa | Divulgação

ABAIXO, CONFIRA ENTREVISTA COM A CRIADORA DA FEIRA, BEATRIZ BITTENCOURT:

sãopaulo – Como surgiu a ideia da feira?
Beatriz Bittencourt – A ideia surgiu faz tempo, ela estava aí no ar. De alguma maneira, eu sempre quis me envolver com publicações ou movimentações envolvendo livros, também fazia os meus próprios. Quando fui para Nova York, estava acontecendo a NY Art Book Fair, no MOMA PS1, e eu fiquei muito encantada com tudo, a própria Printed Matter, uma loja/editora incrível que organiza a feira e a comoção geral que virou um grande evento. Depois fui pesquisar sobre as variações de "art book fairs" (feiras de livros de arte) pelo mundo.

O que as editoras ou grupos participantes têm em comum?
Não estar no mesmo esquema mercadológico das editoras grandes. Todos eles editam, curam, produzem, criam, vendem, divulgam e lêem suas próprias produções. Muitos deles passam por todos os processos, inclusive, fazem em casa mesmo, desenham, imprimem, carimbam, reproduzem. As tiragens são pequenas e têm valor artístico.

Por que o livro se tornou um suporte interessante para artistas?
O livro sempre foi um objeto encantado. Faz tempo que artistas flertam com livros. Acho que agora isso está um pouco mais visível com impressoras baratas, xerox em casa, internet e Facebook. É gostoso de fazer, fácil de colocar em circulação, sedutor, colecionável, barato, reprodutível.

Quais são os destaques do evento?
Os destaques desta primeira edição são as revistas Beleléu, Prego, Samba e Amarello; as edtoras JRP|Ringer, da Suíça, Homemade Ediciones, da Argentina, A Bolha, Não Editora, Bote, Edições Tijuana, Meli-Melo, Ugra Press e Narval Comix, do Rafael e Laerte Coutinho; além da presença dos artistas Fábio Zimbres, Carlos Dias, Mariana Abasolo, Tomas Spicolli, entre outros.

O evento também terá palestras de Iuri Pereira da Editora Hedra, que irá falar sobre a história da produção independente no Brasil, e do Lucas Ribeiro, da Galeria Logo, que irá falar sobre o embate livro de artista e de zines. Tem show com a Orquestra Alfabeto, banda que reúne músicos envolvidos com produção visual, como Carlos Issa, do Objeto Amarelo e Guilherme Granado, do Hurtmold.

Os artistas Jaca e Fábio Zimbres também vão produzir desenhos e montar livros durante todo o dia.

Fonte: FOLHA.COM

Redação

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